Política

Julgamento de Gleisi e Paulo será na terça-feira

Brasília – A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) marcou para a próxima terça-feira (19) o julgamento da ação penal em que a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, e o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, são réus no âmbito da Operação Lava Jato. O casal é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ambos são paranaenses.

A ação penal de Gleisi e Paulo Bernardo foi liberada para julgamento pelo ministro Celso de Mello na última quinta-feira (7).

Esse é o segundo processo do petrolão julgado na Suprema Corte. A primeira ação foi a do também paranaense deputado Nelson Meurer (PP), condenado no último dia 29 de maio pela Segunda Turma, composta por Celso de Mello, Edson Fachin (relator da Lava Jato), Ricardo Lewandowski (presidente do colegiado), Gilmar Mendes e Dias Toffoli.

Em setembro de 2016, a Segunda Turma do STF decidiu receber por unanimidade a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Gleisi, Bernardo e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues. Eles são acusados de solicitar e receber R$ 1 milhão oriundos de um esquema de corrupção instalado na diretoria de abastecimento da Petrobras que teria favorecido a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010.

Entenda o caso

Na denúncia, oferecida em maio de 2016, a PGR narra que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, a pedido de Bernardo, teria providenciado R$ 1 milhão para a campanha eleitoral da petista. A operação teria sido feita pelo doleiro Alberto Youssef, com a ajuda do advogado Antonio Carlos Pieruccini. Antigo parceiro de Youssef, Pieruccini sustenta que pegou o dinheiro no escritório do doleiro em São Paulo e levou para Curitiba, onde entregou para o empresário Ernesto Rodrigues, amigo do casal.

O corpo da denúncia tem 47 páginas e tem como ponto de partida os depoimentos dos dois principais delatores da Lava Jato: Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef.

Defesa de Gleisi

Em nota, a senadora Gleisi Hoffmann disse ter recebido com serenidade a notícia do julgamento da ação em que, segundo ela, foi “injustamente denunciada, sem qualquer prova ou indício de crime”. “Trata-se de acusação forjada nos subterrâneos da Lava Jato, onde criminosos condenados negociam benefícios penais e financeiros em troca de delações mentirosas, que servem à perseguição política contra o PT e os nossos dirigentes”, afirmou a senadora. “Há quatro anos aguardo o desfecho dessa trama. Nada vai apagar o sofrimento causado a mim e à minha família, os danos à minha imagem pessoal e política, mas vejo com alívio o dia em que a Justiça terá a oportunidade de me absolver e restaurar a verdade.”