Cotidiano

Juiz nega pedido de diretores afastados da Eletronuclear para deixar prisão

RIO – O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, negou na terça-feira pedido das defesas dos diretores afastados da Eletronuclear Edno Negrini e Luiz Soares para converter a prisão preventiva dos dois em domiciliar. Entre os argumentos usados pelos advogados de Soares para tirá-lo da cadeia está o de que o cliente tem problemas de saúde.

?A alegação de problemas de saúde não é suficiente, por si só, para ensejar a revogação da prisão, devendo ser assegurado ao custodiado o acesso aos medicamentos e tratamentos que se fizerem necessários, escreve o juiz ao indeferir os pedidos dos advogados de Soares.

Para o juiz, ?os fundamentos que ensejaram a decretação da prisão permanecem inalterados? e ?a defesa não trouxe aos autos documentação que enseje a reanálise do pleito?.

Soares era diretor técnico e Negrini, de diretor de Administração e Finanças. Ambos foram afastados, juntos com outros membros do alto escalão, por uma comissão independente contratada pela Eletrobras, da qual a Eletronuclear faz parte. Eles e outros diretores e superintendentes afastados foram presos na Operação Pripyat, que apura pagamento de propina pela Andrade Gutierrez a funcionários do alto escalão da Eletronuclear no âmbito das obras da usina nuclear de Angra 3.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a Andrade Gutierrez recebeu R$ 1,2 bilhão pela obra e repassou aproximadamente 4% desse valor ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Silva, também preso, a diretores da empresa e a agentes políticos que estão sendo investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) por terem foro privilegiado.