Cotidiano

Jucá irá propor fim de sigilo em processos contra agentes públicos

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BRASÍLIA ? Após Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), respectivamente ex e atual presidente do Senado, defenderem o fim do sigilo da delação de Odebrecht, o presidente do partido e líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou que apresentará amanhã um projeto de lei para acabar com o sigilo de todos os processos penais e de improbidade administrativa envolvendo agentes públicos. Os três disseram apoiar o fim do sigilo de todas a delações. Eunício eleito no Senado

Jucá disse não ter dúvidas que nos próximos dias pedaços da delação da Odebrecht aparecerão em veículos de comunicação e argumentou que o vazamento seletivo é uma arma contra a democracia. O presidente do PMDB diz ser vitima dos vazamentos , por exemplo, de pedaços da delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

? O projeto que vou apresentar, e tem a simpatia do PMDB, é para evitar o vazamento de versões desencontradas. Eu quero o processo todo, quero ter acesso a toda a gravação da minha conversa com Sérgio Machado, o que eu disse antes, que o país estava sangrando e Dilma estava acabando com tudo. Então o projeto é para que se abra tudo, todo o inquérito ? disse Jucá.

Ele disse que, com o sigilo, os acusados não tem acesso e não tem como se defender. A assessoria da senadora Gleisi Hoffman (PT-SC) disse que o projeto de Jucá é a cópia de um projeto de autoria da petista, que já tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

? Ser investigado não é demérito. Demérito é ser condenado ? completou Jucá.

Em maio, foi divulgado um aúdio de uma conversa entre o senador e Machado, em que Jucá afirmava que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff serviria para ?estancar essa sangria?. O diálogo causou, na época, a demissão de Jucá do Ministério do Planejamento.