Cotidiano

Jovem morreu tentando proteger a mulher grávida

PARIS – Por trás de cada um dos 84 mortos e cerca de 200 feridos no atentado em Nice, na noite de quinta-feira, há uma história, uma família, um rosto.. um sonho perdido. O ataque conduzido por Mohamed Lahouaiej-Bouhlel matou a expectativa de Timothy Fournier, de 27 anos, de ver seu filho nascer. Ele morreu tentando proteger a mulher, grávida de sete meses. Quando viu o caminhão se aproximar, o jovem teve tempos apenas de empurrá-la para fora da área do ataque, mas acabou sendo. O casal era de Paris.

– Ele sempre pendente de sua esposa e do bebê que estava a caminho – disse Anaïs, prima de Timothy, segundo o jornal Le Parisien.

O atentado também acabou com a vida de Sean Copeland, de 52 años, e seu filho, Brodie, de 11. Os dois viviam em Austin, no Texas, e passavam férias na Riviera Francesa.

– Perder uma pessoa querida é muito duro em qualquer circunstância. Mas perdê-lo numa tragédia como essa, e de um modo inesperado, é insuportável”, dice Haley Copeland, sobrinha de Sean, no Facebook.

Na mesma rede social, a família escreveu: 'Estamos destruídos, em choque, com a morte do Brodie, um filho incrível, um irmão que alegrava nossa vidas. E com a perda de Sean, um grande pai e marido”.

Brodie Copeland era jogardor de beisebol juvenil. O pai trabalhava numa empresa de tecnologia.

A russa Viktoria Savchenko, de 20 anos, é outra vítima do atentado. A jovem estudava na Academia russa de Finanças, em Moscou. Ela passava férias em Nice com a amiga Polina Serebryannikova, que contou que as duas estavam caminhando pela costa quando viram o caminhão vindo na direção delas.

– Vimos o caminhão se movendo numa direção estranha. Minha amiga foi golpeada e morreu. Eu fui levada para um hospital porque quebrei os dedos de um dos pés. A outra perna está inchada”, contou.

O atentado perpetrado por Mohamed Lahouaiej-Bouhlel matou também uma família inteira. O casal Francisco e Christiane Locatelli, de 82 y 78 anos, respectivamente, era de Herserange, Meurthe-et-Moselle. Eles passeavam em Nice com a filha, Véronique Leo, de 50 anos, e o neto, Michael Pellegrini, de 28.

Já a francesa Fatima Charrihi foi uma das primeiras vítimas. Ela deixou sete filhos. No momento do atentado, ela estava com os sobrinhos. Segundo os médicos, ela morreu no ato. De acordo com relato de um dos filhos, Fatima Charrihi era musulmana e praticava “um islã tolerante”.