Esportes

Jogadores do RJX, ex-time de vôlei de Eike Batista, brigam na justiça por pagamento

O RJX, campeão da Superliga masculina de vôlei em 2012/2013, acabou definitivamente em meados de 2014, mas até hoje alguns jogadores, como Leandro Vissotto, Riad, Mário Jr, Bruninho, aguardam o recebimento dos valores totais devidos pela empresa OGX, de Eike Batista, que fundou o time em 2011, e depois, apenas o patrocinou. Dependem, no entanto, da decisão do Tribunal de Justiça do Rio, que está com o processo em segunda instância desde janeiro deste ano. À época, o patrocínio era de cerca de R$ 10 milhões por temporada, mas apenas uma parte foi paga.

Assim que pediu recuperação judicial, a OGX colocou a Associação Rio de Janeiro de Esportes, razão social do time de vôlei, como credora, na 3ª Vara Empresarial da capital. No entanto, pela interpretação do contrato, considerou que não precisava pagar a totalidade do patrocínio, oferecendo somente metade do valor que o clube havia pedido. Os representates legais impugnaram o crétido oferecido e esperam o entendimento do TJ.

– Não estamos pedindo o valor do contrato daquela temporada. Mas o previsto no contrato até o momento que ele se encerrou (outubro de 2013) e o pagamento de uma multa. Eles entendem de outra forma, que tudo se encerrou no momento que romperam o acordo. Nós aceitamos o crédito da recuperação judicial e estamos repassando aos jogadores, mensalmente e proporcionalmente. Porém, não concordamos que seja só isso – explicou o advogado Fernando Barbalho, sócio do escritório BACBB, detalhando que pouco após o título, a OGX deixou de ser a “dona do time” e passou apenas a patrociná-lo. – Eles fundaram o time por meio de uma associação controlada pela EBX (outro braço das empresas de Eike). Com os problemas financeiros da empresa, informaram que se retirariam do projeto. Houve uma negociação, e ela assinou contrato de patrocínio com a nova associação criada para cuidar do time.

Como o contrato dos jogadores estava condicionado ao do patrocínio, a informação de que a empresa de Eike poderia sair a qualquer momento gerou uma debandada do time campeão na temporada anterior. Entre eles, o levantador da seleção Bruninho, que deixou o time em janeiro de 2014, tendo ficado quatro meses sem receber, e se transferiu para o Modena. Assim como o oposto Leandro Vissotto, que foi para o Kepco, da Coreia do Sul.

– Eu saí em janeiro e tive que ir para a Coreia, a única oportunidade que apareceu. Infelizmente, no último ano, foi pago somente um salário – conta Vissotto, que criticou a postura de Eike Batista. – O projeto começou de maneira grandiosa como tudo que o Eike fez. Eu participei do último ano decadente. Infelizmente são times que inflacionam o mercado e acabam sem deixar nenhum legado . Times de tradição e formadores, como o Minas, com grande legado deveriam ser mais valorizados e apoiados. Estão há décadas jogando a liga nacional e formando atletas ano após ano e muitas vezes enfrentam grandes dificuldades para encontrar patrocínio e dar continuidade ao projeto.

O time, comandado por Marcelo Fronckowiak, sem o X no nome, ainda conseguiu chegar aos playoffs da Superliga de 2013/2014. A equipe usou a estrutura do Tijuca Tênis Clube e verba de R$ 600 mil pagos por Furnas, outro patrocinador. No ano anterior, no entanto, repleto de estrelas, o RJX conquistou a taça de forma incontestável, uma temporada depois do seu início. Nesse período, Eike Batista compareceu apenas ao jogo inaugural.