O chefe médico da Chapecoense, Carlos Henrique Mendonça, informou que o lateral Alan Ruschel, o zagueiro Neto e o jornalista Rafael Henzel deverão ser transferidos, nesta quinta-feira, para o hospital São Vicente, onde segue internado o goleiro Jackson Follmann. O ortopedista avalia que a unidade é mais bem preparada para o atendimento dos atletas, cujo estado de saúde Mendonça classificou como “crítico”. Ele disse que embora o quadro deles apresente evolução, ainda não se pode descartar risco de morte.
– Tanto os atletas, quanto o jornalista não têm um trauma craniano grave. Todos têm expectativa de sobreviver, mas ainda correm risco de morte. O estado é crítico e eles ainda precisam fazer procedimentos cirúrgicos estabilizadores. A maior preocupação é com o risco de infecção porque eles foram encontrados nos destroços do avião em meio à lama, o que pode levar a complicações como uma sepse (infecção generalizada) – explicou o médico do clube.
O ortopedista contou que o zagueiro Neto foi socorrido seis horas após o acidente, do lado de fora da aeronave, numa temperatura de dois graus. Ele disse que Neto só sobreviveu porque entrou em quadro de hipotermia, o que contribuiu para reduzir o fluxo sanguíneo e cerebral. O impacto do trauma chegou a arrancar parte do couro cabeludo do atleta.
– Ele foi ejetado para fora do avião.Teve múltiplos traumas, mas a cognição e o neurológico estão se comportando bem. Também fez uma fratura de coluna, que a princípio é estável e não vamos mexer agora – disse o médico.
Já o lateral Alan Ruschel teve uma cirurgia de coluna bem sucedida e o risco de ficar paraplégico está afastado.
– Ele ( Ruschel) fez uma luxação na vértebra e foi operado. A medula se manteve intacta e ele não ficou paraplégico. Foi quase um milagre. Mas tem que fazer uma fixação muito grande e nem todos os atletas nessas condições conseguem voltar a jogar – disse o especialista.
O jornalista Rafael Henze precisará ser submetido a uma operação no tórax.
– Ele tem uma contusão pulmonar muito importante e teve lesões de testículo e de perna também, mas nada mais grave que isso. O que preocupa é o pulmão. A caixa torácica precisa ser estabilizada- disse Mendonça.
O goleiro reserva Jackson Follmann segue estável. Ele passou por uma nova operação nesta quinta-feira.
– Ele teve a perna amputada abaixo do joelho. A outra perna está sendo avaliada porque perdeu uma parte do osso e também teve uma fratura escapular – concluiu o médico.
A Chapecoense acompanha os atletas sobreviventes como uma equipe multidisciplinar de médicos. O time é formado por dois ortopedistas, dois cirurgiões vasculares e três traumatologistas.
