Cotidiano

Jobim diz que STF não é tribunal de carreira e defende nome de Moraes

BRASÍLIA – Ex-ministro da Justiça e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim disse, nesta terça-feira, que “faz parte do jogo” que um indicado para a Suprema Corte tenha alguma atuação política, afirmando que o STF não é um “tribunal de carreira”. Jobim foi indicado para ser ministro do Supremo pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem foi ministro da Justiça. Depois, foi ministro da Defesa dos governos petistas de Lula e de Dilma Rousseff.

? Faz parte do jogo. O STF não é um Tribunal de carreira. Tanto o Ministério Público como os juízes sempre quiseram definir como de carreira apenas. Mas sempre houve indicações de pessoas com atividade política propriamente dita, atuação parlamentar ? disse Jobim.

Em entrevista ao GLOBO, Jobim disse que Alexandre de Moraes tem experiência no setor público. Ele lembrou que o indicado fez parte da primeira composição do Conselho Nacional de Justiça.

Jobim reagiu a críticas da atuação política de Alexandre de Moraes.

? Sempre tem (alguma atuação política). É bom que tenha. Isso sempre teve. Houve o ministro Paulo Brossard, eu, o ministro Maurício Corrêa, que foi presidente do Supremo e era do PDT ? disse Jobim.

O ministro não quis incluir Dias Toffoli na mesma lista, lembrando que ele era do PT, mas era advogado e não teve mandato parlamentar.

Jobim lembrou que quando era ministro do Supremo seus críticos o chamavam de “líder de Fernando Henrique no Supremo” e que, quando o governo Lula assumiu, começaram acusá-lo de ser ligado aos petistas.

Atualmente, Jobim está advogando e disse que não voltaria a ser ministro e nem foi chamado para isso.