Cotidiano

Janot afirma que bonecos infláveis podem ter consequência jurídica

RIO – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta quinta-feira que fazer um boneco inflável pode ter consequências jurídicas. No mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) pediu à Polícia Federal para abrir investigação sobre os responsáveis por levar bonecos infláveis do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e de Janot a uma manifestação pelo impeachment no dia 19 de junho, em São Paulo. No boneco de Janot, havia um cartaz escrito ?petralhas?, e o personagem segurava uma folha onde lia-se: investigações seletivas.

Para Janot, a questão não é o boneco, que é uma ?forma divertida de se manifestar?. O problema é o que estava escrito no boneco. Segundo o procurador-geral, a palavra petralha é pejorativa e faz a acusação de um crime: favorecer um grupo de pessoas, que nesse caso seria o PT.

? É a palavra pejorativa no boneco que a meu ver imputa no mínimo prevaricação. Qual a carga semântica dessa palavra petralha? Ela vem das revistas em quadrinhos, dos irmãos Metralhas, que eram criminosos. E retrata um sujeito, que é do Ministério Público, que tem por obrigação constitucional a investigação de crimes. (A palavra idica) que eu prevarico na minha atividade, porque eu sou tão bandido como uma turma que eu não investigo por causa da prevaricação ? argumentou Janot, no seminário Corrupção Sistêmica: os controles falharam?, em São Paulo, acrescentando:

? É por isso que eu acho que a mensagem contida no boneco é merece, sim, uma análise jurídica. O boneco em si, eu morri de ri. Mas chamar de petralha e fazer essa imputação de crime. Isso tem consequência jurídica ? defendeu.