Cotidiano

Jader Barbalho recebeu propina de US$ 100 mil, diz delator

BRASÍLIA ? Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse que o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) ?pressionava muito por propinas, a serem pagas com recursos das empresas que tinham contratos com a Transpetro, para sua base no Pará?. A primeira vez que o delator disse ter sido pressionado por Jader foi em 2004, quando ele pediu US$ 100 mil para pagar parte de uma dívida contraída com um advogado. A propina foi paga com a ajuda de um empresário.

Machado disse que não tinha de onde tirar o dinheiro, porque estava começando na Transpetro e ainda não tinha amealhado recursos para o fundo de propina que manteve por anos na empresa. O delator contou que, na mesma época, foi procurado pelo empresário Miguel Skin, que estava tentando dirigir um edital na Transpetro. Machado disse que pediu propina a ele e conseguiu. Em seguida, teria feito o repasse diretamente a Jader. Depois, o empresário não conseguiu celebrar nenhum contrato com a Transpetro, apesar de ter feito o pagamento, porque perdeu a licitação.

A parte que Machado teria pago da dívida de Jader teria sido apenas uma parte do valor total. As outras parcelas teriam sido divididas entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o senador Edison Lobão (PMDB-MA). O depoente não explica o motivo da divisão.

O delator também contou que Jader ajudou na nomeação dele para a presidência da Transpetro. Em contrapartida, o senador recebeu propina entre 2004 e 2007 sem periodicidade definida. No período, a propina somou R$ 3 milhões, pagos em espécie.

Ainda de acordo com o relatos de Machado, Renan pediu a ele que Jader passasse a receber propina na forma de doações oficiais das empresas que prestavam serviços à Transpetro. O pedido teria sido prontamente atendido. Machado contou que, em 2010, obteve doação de R$ 750 mil da Queiroz Galvão e, em 2012, doação de R$ 500 mil da Camargo Corrêa. Os recursos teriam sido formalmente dirigidas ao diretório do PMDB.