Cotidiano

Itamaraty: G20 será oportunidade para Temer mostrar propostas

BRASÍLIA ? O subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Cozendey, disse nesta quinta-feira que a Cúpula de Líderes do G20 do próximo mês será uma oportunidade para o novo governo mostrar aos demais países do grupo suas propostas de reformas econômicas, caso o impeachment seja confirmado pelo Senado.

O presidente interino, Michel Temer, viaja para China na próxima semana para participar do encontro, que será realizado nos dias 4 e 5 de setembro em Hangzhou.

? No caso do Brasil, essa será uma ocasião, caso o presidente interino seja confirmado, uma oportunidade para apresentar aos demais países do G20 o que se pretende fazer na economia brasileira. Se o presidente interino for confirmado, a principal mensagem que ele procurará transmitir é a da transição política e do novo programa econômico ? disse o embaixador.

Segundo Cozendey, se impeachment não for aprovado no Senado, caberá a Dilma decidir ou não se participará da reunião na China. Temer trabalhou nos últimos dias para acelerar o julgamento final do impeachment, com o objetivo de participar do encontro do G20 como presidente efetivo do Brasil. Ele deve embarcar para o país na próxima quarta-feira, após o Senado concluir o julgamento de Dilma.

Já como presidente efetivo do Brasil, no caso da confirmação do impeachment, Temer tem uma série de encontros bilaterais agendados com os chefes de Estado de países membros do G20, a pedido desses governos. O anfitrião China, Espanha, Itália e Arábia Saudita já confirmaram agenda, segundo o Itamaraty.

Os encontros ocorrerão no dia 2 de sembro, em Hangzhou. No mesmo dia, pela manhã, segundo o embaixador, o presidente participa de um seminário com empresários em Xangai. No dia 4, está agendada uma reunião dos líderes dos países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Pelo coronograma, Temer retorna ao Brasil a tempo de participar das comemorações do 7 de setembro.

O subsecretário-geral afirmou, em informe sobre o encontro, que o G20 deve discutir o andamento de ações macroeconômicas, propostas há dois anos, que visavam a alavancar em 2 pontos porcentuais o crescimento da economia global em cinco anos. Outro ponto, proposto pela presidência chinesa do G20, será buscar fatores estruturais que possam gerar crescimento a médio prazo.

? A atuação do G20 para evitar que a crise se agravasse foi de medidas a curto prazo. A situação da economia global hoje não é de crescimento vigoroso. Então, os chineses vão colocar em discussão que fatores estruturais poderiam ser levantados para ajudar a melhorar o desempenho da economia global ? disse o embaixador.

Cozendey destacou que o Brasil terá papel importante nas discussões sobre plataformas de empreendedorismo inclusivo e de diretrizes de agricultura familiar. A cúpula também deverá abordar a contribuição do G-20 para a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem foco no desenvolvimento sustentável. Finalmente, serão propostos mecanismos de combate à corrupção:

? O G20 tem um grupo criando padrões e estabelecendo formas de cooperação entre as autoridades que trabalham no combate à corrupção. Os chineses propuseram princípios sobre cooperação sobre pessoas procuradas por corrupção e sobre recuperação de ativos. Criar mecanismo para assegurar a punição dessas pessoas que foram condenadas.

*Estagiário sob supervisão de Eliane Oliveira