Cotidiano

Itaipu usa azul para aderir a ação contra o tráfico humano

De acordo com a Polícia Federal, muitos casos de tráfico acabam tipificados como desaparecimento ou adoção ilegal

 
 

Foz – Pelo segundo ano, a Itaipu ilumina de azul a fachada de algumas de suas principais edificações. A ação é uma homenagem à campanha Coração Azul, que marca o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas, no dia 30 de julho. Dessa vez, os monumentos escolhidos foram o Portal do Conhecimento da Unila, logo após a barreira de entrada da usina, e o Centro de Recepção de Visitantes. A iluminação especial começou na terça-feira e permanecerá acesa todas as noites até domingo (31).O objetivo da campanha Coração Azul é encorajar a participação das pessoas e servir de inspiração para medidas que ajudem a acabar com o tráfico de humano. O azul foi escolhido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime por representar a liberdade e, ao mesmo tempo, a tristeza das vítimas. No Brasil, a campanha foi lançada em maio de 2013, com o lema Ajude a combater esse crime: liberdade não se compra. Dignidade não se vende. Uma das preocupações do País é alertar e prevenir que mais mulheres, especialmente, sejam vítimas do tráfico internacional de pessoas.Além do tráfico humano, a campanha tem como missão a prevenção e o combate ao trabalho análogo ao de escravo, à servidão doméstica, à remoção de órgãos e à adoção ilegal. Maria Emília Medeiros de Souza, coordenadora do Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente de Itaipu, destaca a importância da denúncia para prevenção do crime. “Sem a denúncia, é muito difícil identificar o tráfico”, afirma.

De acordo com a Polícia Federal, muitos casos de tráfico acabam tipificados como desaparecimento ou adoção ilegal. Maria Emília cita que há alguns dias um jovem de Curitiba quase foi vítima de tráfico ao acreditar numa proposta de emprego nos Estados Unidos. Outro exemplo ocorreu alguns meses atrás, quando um grupo de 20 trabalhadores foi retirado da condição análoga à escravidão em uma fazenda em Guaraniaçu. “Os aliciadores vendem um sonho. Mas, na verdade, não passa de um pesadelo”, disse Maria Emília.