Cotidiano

Itaipu finaliza testes de sistema que vai beneficiar comunidade amazônica

Foz do Iguaçu – A Itaipu Binacional concluiu nesta semana, em Foz do Iguaçu, o comissionamento do sistema de armazenamento de energia que será instalado no Pelotão Especial de Fronteira (PEF) do Exército em Tunuí – Cachoeira, no Amazonas. Esse sistema vai permitir que a comunidade daquele local produza a própria energia, a partir de uma fonte limpa e abundante no País: a solar. Hoje, a energia usada no local provém de um gerador a diesel, um combustível fóssil.

Os testes e ajustes finais foram feitos no inversor de frequência e no módulo de controle e monitoramento, com simulações do funcionamento do sistema completo. Esses equipamentos serão integrados ao conjunto que já está em Tunuí – o banco de baterias, os painéis fotovoltaicos e o gerador.

Parte do trabalho em Foz do Iguaçu, no Centro de Inovação em Mobilidade Elétrica Sustentável (CI-MES) de Itaipu, teve a participação de técnicos espanhóis, da empresa Ingeteam, e italianos, da FZSonick.

O transporte dos últimos equipamentos será feito pelo Exército, até o final do mês. A equipe de Itaipu vai coordenar e executar o desembarque, a instalação e os testes em Tunuí. A expectativa é que até o fim do ano o sistema já esteja em operação.

A tecnologia vai beneficiar aproximadamente 60 militares do 5º Batalhão de Infantaria de Selva, abastecendo com energia escritórios, casas, escolas e até um hospital. Uma comunidade indígena do entorno também será beneficiada.

Caso seja necessário, o sistema foi dimensionado para atender a uma carga oito vezes maior – para isso, basta ampliar o número de painéis fotovoltaicos e baterias. A intenção do Exército é, no futuro, levar a mesma tecnologia para outros pelotões especiais de fronteira do País.

Como funciona

O chefe da Assessoria de Mobilidade Elétrica Sustentável, Celso Novais, explicou que o novo sistema funciona como uma caixa de água: as baterias são carregadas durante o dia, quando há luz solar abundante e disponível; à noite, as baterias são utilizadas para alimentar as cargas. O gerador a diesel só é utilizado na falta das outras duas fontes.

Dessa forma, os moradores terão energia elétrica durante 24 horas por dia, praticamente sem utilizar o diesel. Hoje, ao contrário, os geradores são ligados apenas durante algumas horas do dia e a energia é racionada.

A solução de Itaipu ataca vários problemas. Um deles é ambiental: a queima do diesel nos geradores gera poluição, com emissões de dióxido de carbono em plena região amazônica. Outro é econômico: o litro do diesel na selva chega a custar R$ 45, considerando todos os custos, especialmente o do transporte.

A mesma solução também poderá ser utilizada com outras fontes de energia – como eólica, hidrelétrica, com biometano ou geotérmica. “Trata-se de uma ação ambientalmente correta e, ao mesmo tempo, tecnologicamente avançada”, afirmou Novais.