Cotidiano

Israel fará ?o necessário? para sair ileso de resolução da ONU

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JERUSALÉM ? O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo que fará ?todo o necessário? para assegurar que Israel saia ileso de uma resolução aprovada na sexta-feira pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas contra os assentamentos em territórios ocupados na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. O premier já ordenou várias medidas como represália contra países que apoiaram a resolução e, neste domingo, afirmou que estuda um ?plano de ação? contra as Nações Unidas.

O porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Emmanuel Nahshon, afirmou que os representantes dos 14 países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas eram esperados ainda neste domingo para uma reunião na sede da chancelaria em Jerusalém. Também foram canceladas uma visita a Israel do ministro de Relações Exteriores de Senegal, que estava prevista para janeiro; e uma visita do primeiro-ministro da Ucrânia, Volodymyr Groysman.

No sábado, Netanyahu afirmou que a resolução seria um ?golpe anti-israelense, desonesto e vergonhoso?, e culpou o presidente americano, Barack Obama, pela sua aprovação. O premier deu instruções ao Ministério das Relações Exteriores para que, no prazo de um mês, sejam revisados ?todos os compromissos de Israel com a ONU, incluindo o financiamento de organismos das Nações Unidas e a presença em Israel de representantes da ONU?.

? Já determinei o bloqueio de 30 milhões de shequels (R$ 25,5 milhões) que eram destinados a cinco instituições da ONU, cinco organismos particularmente hostis a Israel. E ainda farei mais ? afirmou o premier, no sábado.

A resolução, aprovada por 14 dos 15 membros com direito a voto do Conselho de Segurança, pede que Israel ?cesse imediatamente e completamente todos as atividades de assentamentos nos territórios ocupados palestinos, incluindo Jerusalém Oriental? e que os dois povos voltem à mesa de negociações. Segundo o texto, o estabelecimento das colônias ?não tem valor legal e constitui uma flagrante violação sob a lei internacional?. A decisão do Conselho de Segurança poderia fazer com que a promotoria do Tribunal Penal Internacional avançasse num exame preliminar para uma investigação sobre os assentamentos.

É a primeira vez em 36 anos que a ONU aprova uma medida contra as colônias. O governo americano foi duramente criticado por Israel por ter se abstido da votação, em vez de usar seu poder de veto, como de costume quando os interesses israelenses estão em jogo.

Fazem parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas cinco membros permanentes: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia; e os membros rotativos: Angola, Egito, Espanha, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Senegal, Ucrânia, Uruguai e Venezuela.