Cotidiano

Investigadores suspeitam que Assad e seu irmão tenham ordenado ataques químicos na Síria

RIO ? Investigadores internacionais falaram pela primeira vez publicamente sobre a suspeita de que o presidente da Síria, Bashar al-Assad, e o seu irmão sejam os responsáveis pelos ataques químicos na guerra civil do país. A informação é da agência “Reuters”, que teve acesso a um documento com os nomes que, para os investigadores, poderiam estar ligados ao uso de bombas de cloro entre 2014 e 2015. Anteriormente, as Nações Unidas e a a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) já haviam identificado unidades militares como supostos envolvidos na história, mas sem citar nomes de autoridades.

Na lista de indivíduos suspeitos de comandar os ataques, estão Assad e o seu irmão mais novo, Maher. Outras figuras de alto escalão também foram indicadas pelo documento. A sugestão, portanto, é que o uso de armas tóxicas contra civis veio da alta cúpula do governo de Damasco, de acordo com uma fonte próxima à investigação.

A família Assad não respondeu aos pedidos de comentário sobre o caso para a Reuters. Uma autoridade do governo sírio, no entanto, disse que as alegações contra as forças do regime não eram baseadas na verdade. Damasco já negou repetidas vezes ter usado este tipo de armas durante a guerra civil, que já dura quase seis anos. O regime acusa o Estado Islâmico (EI) de ter realizado todos os ataques citados pela investigação.

O documento foi visto pela agência, mas não foi publicado. A lista foi produzida a partir de uma combinação de evidências reunidas pela investigação conjunta entre ONU e OPCW na Síria. A fonte que proveu o documento à Reuters não se identificou, como medida de proteção, já que este é um assunto muito delicado.

A chefe da investigação, Virginia Gamba, no entanto, negou que uma lista de indivíduos suspeitos tenha sido produzida em caráter oficial. O uso de armas químicas é proibido pela legislação internacional e pode constituir crime de guerra.