Cotidiano

Investigadores querem registro de entrada de delatores no Jaburu

Os investigadores da Operação Lava-Jato querem o registro de entrada de Marcelo Odebrecht e do ex-diretor Cláudio Melo Filho para reunião com o presidente Michel Temer no dia 28 de maio de 2014 no Palácio do Jaburu, local em que o presidente mora até hoje.

Um jantar nesta data com Temer, então vice-presidente, foi informado pelos delatores. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República, e o relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, determinou que a Polícia Federal cumpra essa diligência.

Além do pedido dos registros da portaria do Jaburu nesta data, os investigadores solicitaram o controle de acesso à Secretaria de Aviação Civil no ano de 2014. Melo Filho relatou em sua delação que Moreira Franco, quando ocupava essa pasta, lhe solicitou uma doação de R$ 4 milhões e que Padilha cobrou o pagamento quando sucedeu Moreira no cargo.

Pede-se também informações sobre emendas parlamentares apresentadas por Padilha quando este foi deputado federal.Temer admite ter recebido Marcelo para o jantar, mas nega que tenha tratado de doações por caixa dois com ele.

O ex-presidente da Odebrecht afirma que a divisão dos R$ 10 milhões doados por caixa dois foi tratada com Eliseu Padilha (hoje ministro da Casa Civil) no momento em que o presidente tinha se levantado da mesa. Melo Filho, no entanto, afirma que Marcelo informou os valores a Temer respondendo a uma pergunta do presidente sobre qual seria o aporte para a candidatura de Paulo Skaf ao governo de São Paulo.

A PGR solicitou ainda a oitiva do advogado José Yunes, ex-assessor da Presidência e amigo pessoal de Temer. Yunes afirmou em depoimento que, a pedido de Padilha, recebeu um pacote do doleiro Lúcio Funaro, que também será ouvido. Segundo os delatores da Odebrecht, o escritório foi um dos locais em que houve entrega de dinheiro do esquema.

Quando as informações sobre o jantar vieram a público, ano passado, Temer confirmou o encontro, mas negou qualquer irregularidade nos repasses da Odebrecht. Padilha e Moreira e Skaf também negaram envolvimento em atos ilegais.