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Investigação aponta que voo da Chapecoense tinha sobrecarga e plano de voo irregular

63002778_The wreckage of the LAMIA airlines charter plane carrying members of the Chapecoense Re.jpg

Autoridades da Aeronáutica Civil da Colômbia deram nesta segunda-feira a versão oficial sobre o acidente com o avião da Chapecoense, que causou a morte de 71 pessoas no dia 29 de novembro, em Medellín, na Colômbia. De acordo com os oficiais que explicaram os detalhes do acidente, a aeronave da LaMia tinha sobrecarga e um plano de voo irregular. Usando como base uma série de dados, inclusive gravações feitas pelo sistema de gravação de voz do avião, os investigadores afirmaram ainda que em nenhum momento o piloto relatou situação de emergência.

Chapecoense – 23.12

– A aeronave tinha um peso superior ao permitido nos manuais – afirmou o coronel Freddy Augusto Bonilla, secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia.

Bonilla informou ainda que apenas dois minutos antes da queda em Medellín que o comandante relatou a situação de emergência.

– Essa situação de falha total foi reportada apenas dois minutos antes da queda.

O coronel afirmou ainda que o piloto Miguel Quiroga, que morreu no acidente, tital total consciência de que o combustível não era suficiente para o voo de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, até Medellín.

– Eles estavam conscientes da limitação do combustível. Eles sabiam que não era suficiente.

As autoridades colombianos ainda culparam a Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia (AASANA) por ter aprovado o plano de voo da LaMia, considerado irregular por conta da autonomia da aeronave.

Ao exibir a gravação da conversa do piloto da LaMia com a torre de controle de voo do aeroporto de Rionegro, Bonilla explicou que um alerta de baixa quantidade de combustível precisa ser feito com 20 minutos de antecedência. Mas o alerta foi dado dois minutos antes da queda. A gravação é encerrada pouco antes da queda, algo que está sendo investigado pelas autoridades colombianas.

– A gravação para um minuto antes da queda e temos que saber o motivo – disse Bonilla, ressaltando que o avião deveria ter combustível suficiente para voar por pelo menos mais 1h45m, se estivesse dentro dos procedimentos corretos.

– O termo ?prioridade? é um termo que não significa emergência. Como vamos escutar a controladora, se dará vetores, a rota mais direta e rápida para realizar a aproximação. Neste ponto de aproximação, o piloto ativa os speed breaks, freios aerodinâmicos, isso faz com que a aeronave reduza a velocidade e inicie o descenso sem notificar – explicou Bonilla, informando que o piloto começou a descer sem notificar a torre de controle.