Cotidiano

Invadiu imóvel público

Acusada de tráfico internacional de pessoas, Maria Queiroz, conhecida como Maria Paraguaia, passa a ser investigada também por invasão de imóvel público. Isso porque, conforme o secretário de Assistência Social, Hudson Moreschi, Maria mora em uma casa, no Bairro Cascavel Velho, onde deveria funcionar uma clínica odontológica do município.

No imóvel ao lado, outra surpresa. A casa ocupada há cinco anos por José dos Santos deveria ser destinada a serviços sociais promovidos pela associação de moradores do bairro, com a entrega de refeições a pessoas carentes. Até mesmo a conta de água da residência vem em nome da associação. No entanto, Santos conta que foi convidado por Maria, em 2012, ainda quando a acusada era vice-presidente da associação de moradores, para viver neste espaço.

Casa da Sopa

Santos garante que ali nunca funcionou a Casa da Sopa, ação assistencial organizada pelos moradores. “Ela [Maria] pediu pra que eu viesse aqui para cuidar da casa, limpar, e então fiquei. Nunca suspeitei desses casos que ela está sendo acusada, já que sempre foi muito reservada. Fiquei até surpreso com tudo isso”, afirma.

Cedidos

Os dois terrenos, conforme a administração, foram cedidos pela Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) ao município de Cascavel, porém, estão ocupados de forma irregular. “Há um termo de cedência do Estado ao município que segue até 2019. Nele, há especificações de que fossem realizadas nestes espaços ações sociais, o que não está sendo feito”, relata Moreschi.

Em 2015, a Cohapar notificou a prefeitura para que informasse a finalidade desses imóveis, mas nenhum retorno foi dado pela gestão passada. Agora, Moreschi garante que será apresentado um relatório para a regularização dos imóveis, e que os acusados de usufruir espaço público sem autorização deverão ser punidos.

“Não sabemos desde quando ocorre esse desvio de finalidade, mas acredito que a associação de moradores do bairro tinha conhecimento disso”, diz o secretário. Tanto Santos quanto Maria Paraguaia vão precisar deixar os imóveis. O prazo para desocupação só será dado assim que o relatório for concluído.

O advogado de Maria disse que a cliente alega ser inocente e que só se manifestará sobre o caso em juízo. Vale destacar que foi a própria acusada que afirmou, após a primeira acusação, de que mora em imóvel público.