Cotidiano

Interlocutores de Temer acreditam que Rodrigo Maia é o favorito na Câmara

BRASÍLIA – Interlocutores do presidente interino Michel Temer acreditam que o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) seja o candidato favorito na disputa pela presidência da Câmara. Nos corredores do Palácio do Planalto se fala que de ontem para hoje a candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI) desidratou por conta da articulação que Maia fez para viabilizar Orlando Silva (PC do B-SP) para a disputa, tirando, nas contas de um interlocutor de Temer, pelo menos 20 votos de Castro. Isso daria condições a Maia de chegar ao segundo turno, segundo esses cálculos. E no cenário de Rogério Rosso (PSD-DF) ser seu rival no segundo turno, Maia agregaria a maior parte dos votos de Castro.

Enquanto acompanham a guerra travada do outro lado da rua, no Planalto ainda tentam entender como Castro se viabilizou como candidato do PMDB. Mas a tese vigente é que, como o partido funciona muito na base de dar recados, a escolha do candidato ligado à presidente afastada Dilma Rousseff cumpre dupla função: por um lado avisar que a sigla está infeliz com a postura do governo, que não tem atendido satisfatoriamente às demandas do partido. E por outro lado dizer ao governo que o PMDB não quer ser alijado da disputa para a presidência da Câmara em 2017.

— O PMDB não vai abrir mão de ter um candidato ao posto em 2017. Como o governo Temer não tem vice-presidente, o presidente da Câmara irá exercer a Presidência todas as vezes que ele sair do país — argumenta um assessor presidencial.

A insatisfação do PMDB com o Planalto tem chegado a auxiliares do presidente interino. Integrantes do partido têm se queixado que demandas do centrão têm tido tratamento muito melhor. Jovair Arantes (PTB-GO) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) têm sido citados por peemedebistas em queixas de que têm conseguido emplacar indicações, enquanto que os pedidos dos correligionários de Temer não têm andamento.

— A candidatura de Castro aponta para o surgimento de uma terceira via dentro do PMDB. O governo vai ter que pensar, daqui pra frente, em como resolver a relação com o partido — avalia outro auxiliar de Temer.