Cotidiano

Inteligência dos EUA: Putin comandou ataques 'em escala sem precedentes'

FILES-US-RUSSIA-DIPLOMACY-INTELLIGENCE-HACKING-309.jpgWASHINGTON ? Um dia após as principais autoridades da Inteligência americana terem afirmado ante o Congresso que a Rússia autorizou ciberataques durante as eleições nos Estados Unidos, um novo relatório das agências de espionagem afirmam que o presidente Vladimir Putin ordenou pessoalmente as ofensivas. O presidente eleito Donald Trump tratou o caso como uma política de ?caça às bruxas? capitaneada pelos seus adversários, e após receber uma atualização sobre as revelações, disse que elas “não tiveram efeito no resultado”. ciberataques

De acordo com o relatório de 25 páginas (que teve o status de confidencial retirado), a campanha russa foi ordenada por Putin para ajudar Trump a derrotar a democrata Hillary Clinton. Segundo o relatório, a interferência russa foi “numa escala sem precedentes em direção, nível de atividade e esforços”.

Segundo o relatório, que cita em detalhes supostos agentes ligados a Putin, a campanha começou com esforços midiáticos para desacreditar o processo democrático nos EUA, “denegrir Hillary” e eventualmente levou a um apoio a Trump, “contrastando ela a favor dele”.

“Levamos em consideração que Moscou aplicará lições aprendidas de sua campanha ordenada por Putin mirando nos EUA e tentará influenciar outros esforços pelo mundo, inclusive contra aliados americanos e seus processos eleitorais”, conclui o documento.

PRESIDENTE ELEITO FALA EM CAÇA ÀS BRUXAS

Trump, que já vinha adotando uma postura em defesa a Moscou, disse em entrevista ao jornal ?New York Times? nesta sexta-feira que seus rivais ficaram envergonhados pela derrota na disputa presidencial.

Trump voltou a expressar dúvidas sobre a autoria da Rússia nas invasões cibernéticas. Perguntado por que ele pensa que havia tanta atenção sendo dada aos ataques cibernéticos russos, o presidente eleito respondeu que a motivação é política.

? Eles foram derrotados nas eleições. Eu ganhei mais condados nas eleições do que Ronald Reagan ? disse Trump. ? Eles estão muito envergonhados com isso. Até certo ponto, é uma caça às bruxas. Eles só se concentram nisso.

Na entrevista, o presidente eleito repetidamente criticou o foco intenso na Rússia.

? A China, recentemente, hackeou 20 milhões de nomes do governo ? disse ele, referindo-se à invasão de computadores do Gabinete de Gestão de Pessoal no final de 2014 e no início de 2015. ? Por que ninguém fala disso? É uma caça às bruxas política.

Trump observou que houve ciberataques anteriores bem-sucedidos à Casa Branca e ao Congresso, que não receberam tanta atenção.

? Com tudo isso dito, eu não quero que os países estejam hackeando nosso país ?acrescentou.

Nenhuma informação obtida nessas invasões, no entanto, tornou-se pública como foi o caso do hackeamento do Comitê Nacional Democrata durante a campanha para as eleições presidenciais de 2016. Washington sustenta que as invasões teriam o objetivo de favorecer Trump na disputa contra a democrata Hillary Clinton, o que Moscou nega.

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