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Inspetora diz que foi pressionada a mudar relatório sobre voo da LaMia

63100106_Así se ve el cerro El Gordo un día después del accidente del avión que traía al equipo de C.jpgA inspetora da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia (Aasana), Celia Castedo, denunciou ter recebido pressões para que modificasse seu relatório a respeito do plano de voo da LaMia, que levava o time da Chapecoense até a Colômbia. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo jornal “El Deber”.

Celia, que buscou refúgio no Brasil, fez as denúncias em uma carta de esclarecimentos, obtida pelo “El Deber”. No documento, a inspetora da Aasana afirma que, após a tragédia que matou 71 pessoas no voo da Chapecoense de Santa Cruz de la Sierra (BOL) até Medellín (COL), no último dia 29, recebeu “pressões” por parte de seus superiores para mudar o conteúdo do informe que havia produzido antes da decolagem do voo da LaMia.

No informe em questão, Celia fez pelo menos cinco observações relatando possíveis irregularidades no plano de voo da LaMia. A principal delas apontava para a autonomia da aeronave Avro RJ85, pilotada por Miguel Quiroga, que não seria o suficiente para cumprir o trajeto de Santa Cruz de la Sierra a Medellín com as sobras exigidas pelas regras internacionais de voo.

Apesar das observações de Celia Castedo, o plano de voo acabou autorizado e a aeronave decolou na noite do dia 28. A queda aconteceu a cerca de 30km do aeroporto internacional de Medellín, destino final da viagem. A principal hipótese dos investigadores é que uma falta de combustível foi determinante para a queda.