Cotidiano

Influenza matou 14 na região e traz risco de nova epidemia

Foz do Iguaçu – Mais preocupante que o alastramento da febre amarela urbana é a possibilidade de uma nova epidemia de gripe, sobretudo a do tipo influenza A (H3N2), neste ano. O alerta é do chefe da 10ª Regional da Saúde de Cascavel, Miroslau Bailak, que reconhece que, se o público-alvo não se imunizar corretamente, poderá haver nova epidemia da doença.

Essa condição se desenha a partir da enxurrada de casos registrados nos Estados Unidos neste momento em que o país vive um dos invernos mais rigorosos do último século. A situação se potencializaria com a facilidade das idas e vindas de brasileiros e de americanos de lá para cá trazendo e potencializando a presença do vírus.

O reforço a esse alerta vem com um dado preocupante, obtido a partir da avaliação final apresentada no boletim epidemiológico da gripe, divulgado esta semana pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), referente aos casos de influenza no Paraná em todo o ano passado.

Mesmo sem um inverno rigoroso em 2017, a região oeste teve 51 diagnósticos de gripe do tipo influenza e um total de 14 mortes. O maior número de casos e de mortes foi na 9ª Regional da Saúde de Foz do Iguaçu, com 37 casos de gripe confirmados e 12 mortes, seguida pela 10ª Regional de Saúde de Cascavel, com oito casos e uma morte, e pela 20ª Regional de Toledo, com seis casos e uma morte.

O número de óbitos por influenza no oeste correspondeu a 27% de todas as mortes provocadas pela doença no Estado ano passado, revela o boletim.

Quanto ao total de casos registrados na região, eles representaram 15% dos contabilizados no Paraná, onde houve 339 diagnósticos positivos e 52 óbitos em decorrência do vírus.

Por subtipo

O único caso de gripe A H1N1 registrado no Paraná em 2017 foi na região, precisamente na abrangência da 9ª Regional de Saúde de Foz do Iguaçu. Não houve mortes por gripe A no Estado em 2017.

A situação mais alarmante diz respeito à gripe A H3N2, considerada prima do H1N1. Na região, foram confirmados 28 casos ano passado, enquanto em todo o Paraná foram 210.

Morreram no oeste em decorrência da ação desse vírus oito pessoas, e, no Estado, 35. Não houve casos de influenza A não subtipado no oeste em 2017 e em todo o Paraná houve apenas um registro e sem morte.

A influenza B foi confirmada em 22 pacientes na região oeste e, desses, seis morreram. Em todo o Estado foram confirmados 127 diagnósticos, com um total de 17 óbitos.

 

A importância de vacinar

A médica epidemiologista Lilimar Mori destaca que ainda não há um chamado diferenciado aos coordenadores de imunização indicando mudança no esquema de vacinação neste ano. Por enquanto, ele segue inalterado para abril, ainda sem data para início, mas isso poderá mudar de acordo com o avanço da doença. Vale lembrar que em 2018 as regionais da saúde do oeste ainda não confirmaram casos de influenza.

Lilimar reforça que a grande circulação do vírus no hemisfério norte traz esse alerta. “O frio intenso por lá tem feito com que as pessoas fiquem mais em ambientes fechados e isso favorece o contágio”, reforçou.

Sobre o movimento antivacina, a médica destaca que a imunização é o caminho mais eficaz e seguro, além dos hábitos saudáveis de higienização e ventilação dos ambientes, para manter o vírus distante. “Algumas pessoas dizem que tomaram a vacina e pegaram gripe. Com a vacina, a pessoa fica imunizada contra os três principais subtipos da influenza, que são os mais letais, mas existem outros cem subtipos, certamente quando se tomou a vacina estava se desenvolvendo a ação de outro subtipo, mas a vacina é altamente eficaz e protege”, assegura.