Cotidiano

Inflação avança 0,88% na passagem do ano

dinheiro3-Moedas-em-real.jpgRIO – O Índice Geral de Preços (IGP-10), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), variou 0,88%, em janeiro, após avançar 0,2% em dezembro. Os três componentes do IGP-10 ? o índice, acompanha a evolução de preços de matérias primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais ? apresentaram trajetórias de alta na passagem de dezembro para janeiro ( no período compreendido entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual.

O IPA, que mede a alta de preços ao produtor e peso de 60% no indicador, foi de 0,22% para 1,08%, puxada pelo subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -5,52% para -0,74%.

O IPC, que afere preços ao consumidor, foi de 0,09% para 0,54%, com destaque para o grupo Alimentação (0,00% para 0,66%). Sua contribuição é de 30% no índice geral.

O INCC, com valores da construção civil, foi de 0,31% para 0,30%, com Materiais, Equipamentos e Serviços pesando, ao variar 0,17%, contra 0,05% no mês anterior. Seu peso é de 10% no IGP-10.

Em janeiro de 2016, a variação do IGP-10 foi de 0,69%. Em 12 meses, o IGP-10 registrou alta de 7,15%.

REDUÇÕES EM 2016

Apesar de os números oficiais da inflação mostrarem queda nos preços de itens que consomem boa parte do orçamento das famílias, como alimentos e energia elétrica, a percepção do consumidor é que o valor das contas não para de aumentar. Isso acontece porque as reduções ocorridas em 2016 não foram suficientes para anular as altas registradas em 2015, quando a inflação média geral atingiu dois dígitos, chegando próxima dos 11%. Cerca de 10% dos 373 itens cujos preços são monitorados pelo IBGE tiveram deflação inferior à alta registrada no ano anterior ? como batata inglesa, tomate, cebola, limão, brócolis, corvina e maionese. O caso mais emblemático é o da energia elétrica, que acumula, nos últimos dois anos, alta de 40,34% ? caiu 10,66% em 2016, mas tinha encarecido 51% em 2015.

Além disso, explicam os economistas, apesar de a taxa média ter recuado para 6,29% em 2016, contribui para a percepção de uma inflação que ainda pesa muito no bolso o fator renda, que não tem acompanhado o crescimento dos preços. De acordo com os dados mais recentes do IBGE, a renda média do brasileiro ocupado caiu de R$ 2.074 em novembro de 2014 para R$ 2.032 no mesmo período de 2016, e o desemprego já atinge mais de 12 milhões de pessoas. Enquanto isso, a inflação acumulou alta de 17,63% nos últimos dois anos.