Economia

Industrial paranaense mantém otimismo em alta pelo 5º mês

O Índice de Confiança do Empresário Industrial chegou a 68,4 pontos em outubro, mesmo valor de fevereiro e muito próximo dos 68,9 pontos divulgados em dezembro de 2019 e janeiro deste ano

Foto: Gelson Bampi
Foto: Gelson Bampi

Curitiba – A sensação de que o pior da crise provocada pelo novo coronavírus no Brasil ficou para trás parece ter influenciado os industriais paranaenses em outubro. É que pelo quinto mês seguido a pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), em parceria com a Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), registrou crescimento no otimismo dos entrevistados.

O Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial) chegou a 68,4 pontos em outubro, mesmo valor de fevereiro e muito próximo dos 68,9 pontos divulgados em dezembro de 2019 e janeiro deste ano.

Composto pelo indicador de condições (66,2), que avalia a percepção do empresário com relação à situação da economia e de seus negócios nos últimos seis meses, e o de expectativas (69,5), que faz a mesma avaliação para os próximos seis, o Icei é uma importante ferramenta para entender a disposição dos gestores de empresas com relação a investimentos, contratações e estratégias.

A última queda do indicador ocorreu em maio, no auge da crise sanitária no Estado. O valor atual também está 3,6 pontos acima do verificado em setembro, mostrando que há, de fato, uma alta gradual desde a retomada das atividades na indústria a partir do meio do ano. Outra comparação que confirma o otimismo do empresário é que o resultado de outubro por aqui ficou acima do registrado na média nacional, em 61,8 pontos, e entre os estados do Sul, em 64,7 pontos.

Para o presidente do Sistema Fiep, Carlos Válter Martins Pedro, o resultado demonstra que os negócios da indústria paranaense vêm sendo retomados de maneira mais intensa: “As piores previsões que tínhamos no início da pandemia, de uma retração muito grande da indústria, felizmente não estão se confirmando”, afirma. “Houve uma redução da produção e o esgotamento de estoques em um primeiro momento, mas nos últimos meses temos uma forte retomada, que aumenta a confiança do industrial paranaense”.

 

Sondagem

Um dos fatores que podem justificar o aumento da confiança este mês foi detectado na Sondagem Industrial mensal, realizada pela CNI nos estados. A pesquisa revelou que 51% dos empresários consultados no Paraná confirmaram que houve evolução nas condições da economia e de suas empresas no período. E 57% declararam ainda que estão confiantes para uma melhora de cenário nos próximos meses. Com relação ao futuro, 62,3% esperam impactos positivos em seus negócios.

“O Icei mensal tem captado essa impressão de que as coisas tendem a retornar à normalidade, embora ainda não seja possível afirmar em que velocidade isso deva acontecer”, afirma o economista Evânio Felippe, da Fiep.

Segundo ele, alguns comportamentos nos mercados interno e externo ainda deixam dúvidas sobre essa questão. Uma delas é a segunda onda de casos da covid-19 que atingiu a Europa, com novas restrições e fechamento parcial de economias importantes, como Reino Unido, França, Espanha, Alemanha e Itália. “Isso pode dificultar processos aduaneiros de compra e venda, impactando da atividade de comércio exterior com esses países”, informa.

 

Matéria-prima

Um problema identificado é a escassez de matéria-prima para produção. Na Sondagem de setembro, 59% dos entrevistados detectaram que houve aumento acentuado e 35% apenas aumento no preço médio de insumos. Somente 5% não perceberam variação. E, com relação à compra de matéria-prima, 48,6% devem ter aumento de pedidos.

Outros resultados do estudo dão conta de que a empregabilidade deve ser mantida no setor: 51% dos respondentes declararam que vão manter seu quadro e 48,6% devem aumentar.

Com relação aos estoques de produtos finais, 57% revelaram estar com os níveis iguais ao planejado e 27% abaixo.