Cotidiano

Inconsequentes: Trotes no Samu aumentam 100% no 1º trimestre deste ano

Trotes podem prejudicar atendimento de casos onde o atendimento é realmente necessário, colocando a vida das vítimas em risco

Com planejamento, Paraná acelera investimentos e atinge 100% de cobertura do Samu - 09/02/2022
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Cascavel – Em meio de um trabalho de extrema importância que é salvar a vida de pessoas, os atendentes do serviço do Samu Oeste enfrentam periodicamente as ligações de pessoas que, “sem ter o que fazer”, acabam atrapalhando o serviço de urgência e emergência e muitas vezes, colocando em risco à vida de quem realmente necessita e atendimento. Para se ter uma ideia no primeiro trimestre deste ano cresceu em 100% a quantidade de “trotes” para a central telefônica do serviço, atrapalhando o socorro a quem realmente precisa.

Ao longo de 2021, o Samu registrou 1.228 trotes telefônicos no serviço de emergência 192, o que corresponde a uma média de 102 telefonemas com informações falsas por mês, ou seja, cerca de três por dia. “É uma ligação mais sem sentido que a outra, o que acaba atrapalhando o serviço e prejudicando quem mais precisa que são os pacientes”, destacou a médica Karina Correa Ebrahim, diretora Técnica Médica do Samu Oeste.

De acordo com a médica, o problema fica ainda maior quando a equipe e a ambulância acabam sendo acionadas, o que ocorre em cerca de 15% das ligações de trote. “É um prejuízo bem grande porque chegando ao local a equipe verifica que não tem fundamento, não tem ocorrência e às vezes nem o endereço”, contou.

A médica disse ainda que a poucos dias eles identificaram uma mesma pessoa que ligou 18 vezes para o serviço, todas com uma queixa diferente. “Os atendentes muitas vezes até sentem que a ligação pode ser falsa, tentam investigar, mas as pessoas precisam ter consciência que é uma brincadeira de mau gosto, visto que a maioria dos trotes são de adultos. Também não podemos correr o risco de deixar quem precisa de atendimento”, salientou a médica.

 

Siate

Outro serviço que acaba sofrendo com a grande quantidade de trotes é o Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência). Eduardo Langner, relações públicas do 4º Grupamento dos Bombeiros, disse que cerca e 70% das ocorrências não originam ocorrências, mas não significa que são trotes, mas de ligações que não deveriam ser do Siate. Sobre os trotes, ele explicou que eles tiveram uma queda e que, felizmente, atualmente são raras. Porém, o que ocorre é as pessoas aumentarem a situação acreditando que a viatura vai se deslocar mais rapidamente.

“Enfrentamos problemas de mentiras nas ligações relacionados às vítimas, que as pessoas tem sangramentos maiores do que ocorrem, dá impressão que fazem isso para obterem mais recursos, mas isso não é necessário, porque triagem é feita e vai ocorrer da forma necessária da situação”, reforçou Langner.

 

 

AEN

 

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