Cotidiano

Impostos vão subir sem reforma da previdência, diz secretário da Fazenda

SÃO PAULO – O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Facundo de Almeida, admitiu que o governo terá que se esforçar muito para convencer a população de que a reforma da previdência é necessária para que o país não corra o risco de ver a sua carga tributária elevada ao longo dos anos para pagar essa conta.

? Se não ocorrer a reforma, até 2060 os gastos com previdência passarão de 13% do PIB para 23%. Isso significa elevar a carga tributária para pagar aposentadorias e pensões. O governo terá que fazer uma grande campanha de esclarecimento para aprovar a reforma ? disse durante apresentação em evento realizado pela revista Exame.

O secretário lembrou que enquanto no Brasil é natural as pessoas se aposentarem com pouco mais de 50 anos, a idade mínima em outros países é mais avançada. O governo pretende estabelecer um patamar mínimo, provavelmente de 65 anos.

? O governo vai ter que mostrar que as regras aqui não são normais ? disse.

Sobre os efeitos da proposta de emenda constitucional (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos à inflação do ano anterior, Almeida explicou que eles se darão de forma suave na economia, mas que será importante para garantir a melhora das contas públicas.

Ele também prevê a revisão de alguns programas sociais, embora não tenha citado nomes.

? Os projetos que não dão o resultado esperado vão ter que ser revistos para que se adequem à regra da PEC. Vamos ter maior eficiência no gasto público ? afirmou, reforçando que o governo precisa ter um crescimento mais previsível das receitas.