Cotidiano

Impasse em Foz faz dobrar o movimento em Cascavel

Cascavel – A lentidão alfandegária registrada há mais de uma semana na Eadi (Estação Aduaneira do Interior) de Foz do Iguaçu, tem levado os caminhoneiros brasileiros e dos países do Mercosul a recorrer ao Porto Seco de Cascavel para desembaraçar suas mercadorias. O movimento cresceu em torno de 80%, segundo o chefe do Porto Seco de Cascavel, Alceu da Silva Moura Filho. O Porto Seco de Cascavel recebe apenas mercadorias classificadas como cargas gerais, compostas por implementos agrícolas, peças, pneus e artigos da linha R$ 1,99 de empresas atacadistas.

Há uma semana, a Eadi de Foz do Iguaçu enfrenta problemas logísticos e de material humano, principalmente em virtude da greve deflagrada por fiscais do Ministério da Agricultura. A espera na tríplice fronteira chega a ser de 48 horas para a liberação de cargas. Os reflexos são enormes filas formadas às margens da BR-277 e na Avenida Paraná, em Foz do Iguaçu. Lá, perto de 400 caminhões ainda aguardam a normalidade no atendimento na rodovia e nos postos de combustível. “Aqui o Porto Seco só é bom quando tem greve em Foz”, desabafou Alceu Moura Filho, demonstrando certa mágoa com empresas de Cascavel que preferem despachar suas mercadorias por Foz do Iguaçu ou Paranaguá. Segundo ele, outra vantagem são as taxas alfandegárias cobradas pelo Porto Seco de Cascavel, consideradas bem mais atraentes que as demais. Em média, são cobrados 5% em cima do valor do produto movimentado no local, justamente pelo parâmetro de valores serem baseada na tarifa aplicada por Foz do Iguaçu e Porto de Paranaguá. “De Cascavel, são poucos que importam ou exportam”, diz. “A maioria das empresas são da região Sudoeste do Paraná, e algumas de Toledo e Marechal Cândido Rondon”, relata. Ele não consegue identificar uma causa específica para esse fenômeno, uma vez que todos os procedimentos podem ser feitos via internet pelas empresas, agilizando a liberação de cargas no Porto Seco de Cascavel. O tempo de espera, conforme Alceu Moura Filho, é de no máximo seis horas, contra um dia registrado em Foz do Iguaçu, em período de normalidade. Os caminhoneiros que procuram celeridade na liberação de cargas em Cascavel são os que dependem da deliberação dos fiscais do Ministério da Agricultura, e como em Foz do Iguaçu, está em greve, o recurso é recorrer a Cascavel.