TORONTO ? Seidu Mohammed perdeu todos os dedos pelo frio enquanto se arriscava, em temperaturas abaixo de zero, para cruzar ilegalmente a fronteira entre Estados Unidos e Canadá. Ele é apenas mais um do crescente grupo de imigrantes que atravessam a fronteira americana com medo da deportação. Cada vez mais, o território canadense vira um refúgio para quem teve o pedido de asilo negado pelos EUA. E, para chegar no país, algumas pessoas estão dispostas a enfrentar uma jornada perigosa com neve e condições climáticas extremas.
Em Manitoba, cidade canadense perto da fronteira com os EUA, as autoridades dizem que o fluxo migratório aumentou desde que o magnata Donald Trump assumiu como presidente dos Estados Unidos. Já no início do seu governo, assinou uma ordem executiva para impedir a entrada de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana.
Desde a sua campanha, o republicano adotou um tom anti-migratório e tem sido amplamente criticado internamente e pela comunidade internacional. Prometeu banir a entrada de todos os muçulmanos no seu país e construir um muro na fronteira mexicana. As propostas vêm sob a justificativa de frear a imigração ilegal, o narcotráfico e a ameaça terrorista nos EUA.
Na contramão, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, abriu as portas aos imigrantes e refugiados e se tornou um ícone positivo no cenário global em defesa da multiculturalidade. Nesta segunda-feira, o premier visita pela primeira vez Trump na Casa Branca. No entanto, disse que busca encontrar pontos em comum com o republicano e poderá evitar falar da polêmica questão da imigração.
