Cotidiano

Ilan Goldfajn vai para a presidência do Banco Central, que pode ganhar autonomia

2008-023819-_20080324.jpg RIO E BRASÍLIA ? O economista Ilan Goldfajn foi confirmado, nesta terça-feira, como o novo presidente do Banco Central, uma das cadeiras mais importantes da cúpula econômica do governo. O anúncio oficial foi feito há pouco pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em coletiva à imprensa. O ministro anunciou ainda que a autoridade monetária pode ganhar autonomia no novo governo. Meirelles afirmou que antecipou a coletiva porque preferiu anunciar sua equipe antes da abertura do mercado.

ECO_TEMER EQUIPE

Aos 50 anos, o economista com mestrado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), Goldfan já ocupou uma cadeira no BC: foi diretor de Política Econômica entre 2000 e 2003, na gestão de Arminio Fraga. Desde 2009. Ele é economista-chefe e sócio do Itaú-Unibanco.

No BC, Ilan chegou a trabalhar alguns meses com Henrique Meirelles, que assumiu a presidência da autoridade monetária no primeiro governo Lula. Com o ex-chefe, fundou o Instituto de Ensino e Pesquisa em Economia da Casa das Garças e abriu a Gávea Investimentos. O economista era o sucessor de Sergio Werlang, responsável pela implantação do sistema de metas da inflação.

A transição de cargo entre ele e o atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, deve demorar pelo menos um mês. Ilan só pode assumir quando for sabatinado e aprovado pelo Senado Federal. Essa transição deverá ser feita no ritmo normal. Assim, a troca só seria feita em junho.

Meirelles anunciou ainda que Mansueto de Almeida Júnior será o secretário de Acompanhamento Econômico e que o ex-diretor do Banco Central Carlos Hamilton Araújo será o secretário de Política Econômica da Fazenda. O economista e especialista em contas públicas Mansueto Almeida foi nomeado secretário de Acompanhamento Econômico.

A nova secretaria de Acompanhamento Econômico, que terá Mansueto Almeida como titular da pasta, será responsável pelo estudo e análise da situação das contas públicas, como explicou Meirelles. Segundo o ministro, Almeida vai fazer um diagnóstico das finanças públicas de modo que o governo possa tomar ações que não tenham que ser revertidas mais à frente:
– A ideia é que o Mansueto vá focar sua atividade principalmente na qualidade e eficiência das despesas públicas. Ele vai fazer uma análise detalhada das contas públicas, (…) com medidas que sejam não só eficazes como efetivas. Mansueto vai fazer uma análise profunda das despesas públicas.

Já o ex-diretor do BC, apontou o ministro, vai ser o formulador da política que vai fundamentar as ações do governo federal. Segundo o ministro, o trabalho de ambos será feito o mais rápido possível:

– O Carlos Hamilton vai ser um formulador das políticas macroeconômicas que vão fundamentar as ações do governo federal. A secretaria de acompanhamento econômico vai nos dar a base para essa ação.

Segundo Meirelles, o trabalho de ambos será feito o mais rápido possível.

– Repetindo o mantra: vamos devagar que eu estou com pressa.


Repercussões

Até então titular do Banco Central, Alexandre Tombini comentou, em nota, a indicação de Goldfajn como seu subsatituto na presidência da autoridade monetária. Segundo Tombini, Ilan Goldfajn é profissional reconhecido, com larga experiência no setor financeiro brasileiro, ampla visão da economia nacional e internacional, além de já ter passagem pela diretoria colegiada dessa instituição.

“Suas qualidades e sua formação o credenciam a uma bem sucedida gestão frente à autoridade monetária brasileira”