Cotidiano

IAP aguarda laudos de análise da água

Matelândia – Concluídos os trabalhos de contenção, o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) aguarda agora os laudos referentes ao acidente ambiental registrado na manhã do dia 20 de outubro, envolvendo o tombamento de um caminhão carregado com paraquat (herbicida usado no combate a plantas daninhas) no trecho da BR-277 conhecido como curva do Castelinho, em Matelândia.

Com o acidente, galões do produto ficaram espalhados pela rodovia e o resíduo escorreu pelas canaletas centrais em direção às lagoas de contenção construídas pela Concessionária Ecocataratas para escoar a água da pista. A chuva horas depois do acidente comprometeu o trabalho das equipes da Defesa Civil e dos Bombeiros, agravando os danos ambientais. Há suspeitas de que essa água contaminada teria escoado para o Rio Ocoy, afluente do Lago de Itaipu.

O caminhão carregava uma carga de 3.200 litros do herbicida, totalizando 22 toneladas do produto que, em contato com a água, torna-se altamente tóxico.

De acordo com a assessoria de imprensa do IAP em Curitiba, o instituto aguarda agora o resultado dos laudos de coleta de água e de resíduos sob responsabilidade da empresa transportadora, no caso a TransNecher. O caminhão transportava a carga tóxica de Pato Branco até São Miguel do Iguaçu. O motorista não sofreu ferimentos no acidente.

Trabalhos de contenção

A primeira providência das equipes logo após o acidente foi erguer a barreira de contenção do produto com pó de pedra. Na sequência, uma empresa especializada começou a fazer a sucção do material e a remoção do solo, logo depois que a chuva deu uma trégua. No total, foram dez dias de trabalho dos profissionais da Defesa Civil e dos órgãos ambientais, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal.

Uma retroescavadeira ajudou a abrir um canal de desvio das águas da chuva das lagoas de contenção.

A empresa fabricante Sinon esteve no escritório do IAP em Foz do Iguaçu para esclarecer sobre o grau de toxicidade do agrotóxico que produz. Eles apresentaram na ocasião laudos iniciais de amostras do PH da água, mostrando que o nível de contaminação não era tão substancial.

No local, o Corpo de Bombeiros montou um corredor de descontaminação pessoal.

Conforme o IAP, o solo contaminado terá de ser levado a um aterro sanitário licenciado e a água com o produto tóxico a um local dedicado ao tratamento e à eliminação do material.

O resultado das análises de água e solo deve ser entregue nos próximos 30 dias. Somente com ele é que o IAP saberá como proceder e, dependendo do impacto ambiental, se vai aplicar uma notificação ou multa direcionada à empresa.

O coordenador da Defesa Civil de Matelândia, Alexandro Aparecido de Lima Vieira, informa que os trabalhos foram finalizados no fim de semana, com a remoção da água contaminada e do lodo. “Foram pouco mais de 900 metros cúbicos de água contaminada retirados e encaminhados à Paraná Ambiental e a maior parte para o Cetric, empresa especializado na destinação de produtos e resíduos ambientais, com sede em Santa Catarina”.

De acordo com Vieira, as fortes chuvas registradas nos últimos dias na região geraram um grande volume de água, ajudando na total diluição do produto e, com isso, minimizando os níveis de contaminação. “Cerca de 95% do material foi removido das lagoas”, conta Alexandro Vieira.