Saúde

Huop expõe problema de superlotação pede “ajuda” mais uma vez

O problema começou ainda na tarde de segunda-feira (16) quando o Huop recebeu um bebê encaminhado pelo helicóptero do Consamu, mas transferido com “vaga 0”, ou seja, não havia vaga para a internação disponível

Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop)  -  Curitiba, 31/05/2021  -  foto: José Fernando Ogura/AEN
Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) - Curitiba, 31/05/2021 - foto: José Fernando Ogura/AEN

 

Cascavel – Não é de hoje que o problema de superlotação no Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) é noticiado pela a imprensa e, mais um pedido de ajuda foi feito pela a direção do hospital, que esteve reunida ontem (17) com a diretora da 10ª Regional de Saúde, Lilimar Mori, Consamu e a Promotoria de Saúde, para tentar “ajustar” o encaminhamento de pacientes ao hospital.

O problema começou ainda na tarde de segunda-feira (16) quando o Huop recebeu um bebê encaminhado pelo helicóptero do Consamu, mas transferido com “vaga 0”, ou seja, não havia vaga para a internação disponível. Segundo o hospital, no momento tinham seis pacientes internados na sala de emergência do Pronto Socorro, onde são admitidos pacientes graves, mas que a capacidade é para três, ou seja, não havia espaço físico para novas admissões. Dos seis pacientes internados, dois deles eram crianças.

Rafael Muniz, diretor geral do Huop, explanou dados e o problema da ocupação do pronto socorro e da sala de emergência durante a reunião. Segundo ele, a situação nas últimas três semanas piorou. “Ficou pré definido que a macro regulação vai tentar encaminhar mais pacientes para outros hospitais de municípios menores e até pacientes do Huop para manter sala de emergência com menos pacientes, para que possamos admitir pacientes de traumas e pacientes que precisam desta estabilização”, disse Muniz.

Sobre o fluxo, o diretor explicou que o hospital separou a sala de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do pronto socorro, que tem 5 leitos de UTI e mais 3 leitos na sala de emergência. O problema é que a sala de emergência está ficando com média de 6 a 7 pacientes e, na segunda-feira, (16) acabou chegando a 8º. “Esperamos que esta situação seja atendida. O número de traumas no pronto socorro gira de 60% a 70% dos atendimentos, reflexo de traumas na cidade e nas rodovias”, destacou.

Sobre a quantidade de pacientes, o diretor contou que nesta terça-feira (17)   a sala de emergência estava com 6 pacientes e tinham ainda mais 68 no pronto socorro. “Nossos profissionais trabalham com o cuidado, apesar da capacidade física estrar sobrecarregada, a equipe está empenhada no trabalho”, reforçou, complementando que atualmente existe aumento de internamento, principalmente crianças que se isolaram na pandemia e não tiveram contatos com vírus e que agora, acabam necessitando de um leito.

A diretora da 10ª Regional de Saúde, Lilimar Mori, avaliou a reunião como produtiva e que todos participantes se comprometeram a atender um pouco mais, acima da sua capacidade, mas lembrou que os leitos dos hospitais em Cascavel são referência para a cidade e para todas as cidades da 10ª. “Não há leitos suficientes e também temos uma demanda excessiva, principalmente em Cascavel. Essas reuniões têm discutido o momento, mas também estamos discutindo as necessidades para o médio e longo prazo, pois nossa região está em crescimento”, disse a diretora que também é médica.

Ainda sobre a transferência do bebê, a reportagem entrou em contato com o Consamu que se manifestou por meio de nota. O consórcio reforçou que o Huop é referência regional em atendimento pediátrico de emergência e que foi acionado porque o serviço Aeromédico do Consamu/Governo do Estado/Sesa transportou um bebê do sexo feminino, com sintomas de dengue, do município de Cafelândia para Cascavel.

Segundo o Consamu, no momento do pouso da aeronave, a criança não pode dar entrada no hospital, sob justificativa de acúmulo de pacientes e reduzida quantidade de profissionais pediatras. Todavia, independentemente da internação hospitalar, todo atendimento necessário foi dispensado pela equipe de solo da USA (Unidade de Suporte Avançado) até que a vaga fosse disponibilizada pela unidade hospitalar, o que o ocorreu apenas no meio da tarde.

 

 

Foto: SETI-PR