Cotidiano

Hotéis e restaurantes já demitiram 30%

A entidade não tem números exatos dos trabalhadores que representa, uma vez que se trata de segmentos com alta rotatividade

Cascavel – Apertar o orçamento, reduzir gastos, substituir produtos ou serviços ou mesmo eliminá-los da lista das prioridades domésticas e familiares. Tudo isso virou sinônimo nos últimos meses para driblar a crise, que para alguns especialistas já pode ser considerada uma das piores das últimas décadas. A mudança de hábito dos brasileiros fez com que a demissão batesse à porta, principalmente de estabelecimentos comerciais ligados ao setor de alimentação, bebidas e hotéis.

Segundo dados do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro de Cascavel, que também envolve bares, restaurantes e afins, desde o ano passado, três em cada dez profissionais foram desligados de suas funções.

Para o presidente, Céliton Rocha, a luz no fim do túnel está na expectativa que a economia volte a reagir no segundo semestre, mas enquanto isso, as recisões contratuais não param de chegar. “Vão desde camareiras, atendentes, garçons, tem sido geral. Assim como em todo o País, a crise originou muitas demissões em Cascavel e na região”.

O sindicato representa trabalhadores de quase duas mil empresas em 23 municípios e o presidente garante: “O cenário e as condições se repetem em todos eles”.

A entidade não tem números exatos dos trabalhadores que representa, uma vez que se trata de segmentos com alta rotatividade, mas o que se observa é que em muitos casos, ou na maioria deles, quando há uma demissão, dificilmente existe uma contratação para substituição profissional.

De 500 para 200 refeições/dia

O proprietário de um restaurante tradicional, que prefere não ser identificado, afirma que antes da crise servia 500 refeições por dia. Agora, não passa de 200. “Mesmo assim as pessoas mudaram os hábitos alimentares. Comem alimentos mais leves, que pesam menos na balança e no orçamento. O resultado disso? Demissões, é claro”, lamenta.

De dez atendentes, ele reduziu para cinco e garante que só volta a contratar quando a economia voltar a respirar. “Da forma como está, está muito difícil. Carga tributária nas alturas, os alimentos custando muito e os cientes desaparecendo”, lembra.