Política

Hospital do Consamu

 

Embora nem esteja com a estrutura pronta, a ocupação dos leitos do Hospital Municipal, no antigo Jacomo Lunardelli, provoca interesses dos gestores do Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste).

Diante da superlotação do HU (Hospital Universitário), a sugestão – que dependeria do aval do prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) – é que todos os 43 municípios tivessem participação no uso da estrutura e também pagassem pela manutenção dos serviços médicos. A gestão do Hospital Municipal também passaria a ser do Consamu Oeste.

Para José Peixoto da Silva Neto, diretor do Consamu, o encaminhamento de pacientes da região será uma consequência natural, em virtude da falta de leitos na rede do SUS (Sistema Único de Saúde). “Haveria assim um hospital de referência para outros atendimentos, hoje inexistente nessas cidades da região. É inaceitável que o HU, por exemplo, ocupe leitos com partos ou arrumando dedinho do pé. Faltam leitos de retaguarda. O mesmo ocorre no Hospital Bom Jesus de Toledo”, diz Peixoto.

Para que a ideia seja efetivada, uma assembleia teria que ser feita entre todos os prefeitos da região para apreciação. Para Peixoto, Cascavel acabará, em breve, recebendo demandas regionais no Hospital Municipal. “Quando iniciar atendimento, puxará demanda das cidades vizinhas. Se houver gestão compartilhada podemos dividir os custos entre os municípios e cobrar do Estado, que sejam R$ 500 mil”, explica Peixoto.

A estrutura do antigo Jácomo Lunardelli foi desapropriada em setembro do ano passado e será reformada em breve para receber temporariamente a Unidade de Pronto-Atendimento do Bairro Brasília. Quando terminar a obra, o espaço funcionará como Hospital Municipal.

JOSIMAR BAGATOLI

Foto: Aílton Santos

Legenda: Gestão do futuro Hospital Municipal de Cascavel poderá ser do Consamu

Frota de ambulâncias no limite

Hoje os pacientes são transportados pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por meio de 20 ambulâncias na região Oeste. Todas têm mais de sete anos de uso e pelas normas do Ministério da Saúde deveriam ser substituídas, pois têm mais de cinco anos. Sem recursos para substituição e sem respaldo da União, o Consórcio arca anualmente com um prejuízo de R$ 1 milhão devido manutenção dos veículos.

Embora tenha assegurado a troca de três Unidades de Terapia Intensiva móveis, o ex-governador Beto Richa (PSDB) deixou a região sem os veículos e sem garantias de verbas. “O Estado tinha se comprometido em novembro a substituir, mas não recebemos verbas no Fundo Municipal de Saúde até agora. Apenas Toledo recebeu uma”, diz José Peixoto. Além de três para Cascavel, havia promessa de mais duas na região: uma para Guaíra e outra para Quedas do Iguaçu.