Cotidiano

Homem que atacou sede do PT passará a noite preso

SÃO PAULO. A sede do PT foi atacada duas vezes no mesmo dia pela mesma pessoa. Primeiro, na madrugada desta quinta-feira, Emilson Chaves da Silva, com um pé-de-cabra, quebrou o vidro da sede. Os seguranças chamaram a Polícia Militar, que prendeu Emilson e o encaminhou o vândalo ao 8° DP, no Brás, onde assinou um termo circunstanciado e foi liberado.

Durante o dia, em seu perfil em uma rede social, Emilson Chaves da Silva assumiu que tinha quebrado os vidros do Diretório Nacional e prometeu que iria voltar. No início da tarde, colocou um coquetel molotov em uma sacola e jogou dentro da sede. O artefato, no entanto, não acendeu. Funcionários do partido novamente acionaram a Polícia, que dessa vez prendeu Emilson em flagrante no 1° DP, na Sé, onde passou a noite. Nesta sexta-feira, Emilson participará de uma audiência de custódia para decidir se será libertado.

Nas redes sociais, integrantes do partido condenaram o ataque. No Twitter, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que assinou uma representação no 1° Distrito Policial para que o caso seja investigado. Deputados do partido foram à Secretaria de Segurança Pública pedir proteção para a sede. ?Estamos tomando todas as medidas para apuração e punição ao responsável pela violência física e verbal?, escreveu. Mais tarde, no Diretório Nacional, afirmou que o ataque não irá intimidar o partido.

Segundo Rui Falcão, o ex-presidente Lula enviou uma mensagem de solidariedade aos filiados do partido. No comunicado, Lula demonstrou tristeza com os ataques, afirmando ser mais uma das cenas de intolerância e ódio recentemente. ?Nenhuma bomba, pé de cabra ou agressão vai tirar nossa determinação de lutar por um Brasil mais justo?, escreveu o ex-presidente.

Segundo integrantes da polícia que fizeram a perícia do local, o artefato era composto por uma lata de solvente inflamável e um pano que servia de pavio. Emilson teria tentado acender o molotov com um cigarro e jogou dentro da recepção do Diretório Nacional, mas o pavio não acendeu. Um teste agora irá avaliar o poder de inflamabilidade do solvente. O perito Ricardo Luis Lopes, que estava no local, não quis determinar se o objeto era letal, mas admitiu a possibilidade.

? Se houvesse pessoas presentes, com ausência de rota de fugas ou despreparadas para sair daqui, poderia sim (causar mortes) ? afirmou. (* estagiário, com supervisão de Mariana Timóteo da Costa)