Cotidiano

Homem busca trabalho para tirar família de área invadida da prefeitura

A invasão foi a última solução encontrada pela família que tem quatro filhos e não tem como pagar aluguel

Homem busca trabalho para tirar família de área invadida da prefeitura

Há duas semanas o desempregado Silas Piovaneli de Souza está em busca de um trabalho para sair de um terreno invadido da prefeitura no loteamento Gralha Azul, Bairro Interlagos, onde mora com a esposa e os quatro filhos, em Cascavel.

Numa casa improvisada com restos de madeira, a invasão foi a última medida encontrada por Silas para sobreviver, pois ele e a esposa, que veio morar com ele no último sábado (18), não têm dinheiro para pagar aluguel neste momento. O pouco de ajuda que ganham para manter a alimentação é da vizinhança.

Silas conta que há cerca de quatro anos sofreu um acidente de trabalho e perdeu os movimentos da mão esquerda, desde então aguarda um benefício do INSS e durante esse período não consegue emprego, apenas pequenos trabalhos para manter o alimento na mesa.

Esposa de Silas, Verônica de Jesus, que também está em busca de emprego, contou que um irmão dela disse que havia trabalho em Santos (SP) para ela e para o marido. Esperançosos, os dois arriscaram o pouco que tinham e foram tentar a sorte na cidade grande. “Nós fomos na ilusão de que conseguiríamos trabalho, mas ficamos lá um ano sem conseguir nada e lá o custo de vida é muito alto… estamos aqui não porque queremos, mas porque precisamos”, explica Verônica.

Por aguardar a decisão do INSS de Cascavel, Silas resolveu voltar para a cidade e tentar recomeçar. “O único lugar que a gente viu de momento para poder fazer alguma coisa foi aqui. A gente conseguiu esse material todo de doação, porque eu não tenho dinheiro para nada… até a minha passagem para cá foi custeada pelas pessoas daqui, que conhecem a gente e gostam de nós”.

Na manhã desta segunda-feira (20) uma equipe da Guarda Municipal foi mobilizada até o terreno, na Rua Padre Pedro Arrute, e entregou uma notificação para a família deixar o terreno em 15 dias.

De acordo com Silas, ainda hoje a família vai buscar a Cohavel (Companhia de Habitação de Cascavel) para tentar resolver a situação. “Nós vamos procurar os órgãos competentes para ver se eles ajudam a gente de alguma forma, seja a permanência aqui por mais um tempo ou um local para ficarmos”.

De acordo com o presidente da Cohavel, Adani Triches, ainda não é possível concluir o que será feito, pois há famílias na fila esperando por um terreno. “Nós não temos casas de abrigo que possamos oferecer, temos apenas os terrenos, mas não tem como oferecer um terreno porque nós temos 1.800 pessoas em Cascavel esperando”.