WASHINGTON – Enquanto Hillary Clinton faz campanha presidencial com a promessa de combater abusos de Wall Street e dos grandes bancos, o vazamento de falas dela mesma gerou polêmica. Divulgadas pelo WikiLeaks, transcrições de palestras privadas dela a bancos e investidores mostram-na defendendo abertamente o setor financeiro que ela hoje condena em público. As falas foram vazadas com o roubo de e-mails de seu chefe de campanha, John Podesta. trump
?Meu sonho é um mercado comum continental, com livre comércio e fronteiras abertas?, disse a um banco brasileiro, em 2013, vislumbrando maior comércio entre EUA e América Latina.
O discurso de Hillary apoiava o Acordo Transpacífico (TPP), parceria comercial dos EUA com outros países do continente. O pacto do governo de Barack Obama é hoje criticado por ela e por Donald Trump.
Em outras falas, Hillary aponta banqueiros e investidores como atores que ajudarão a reformar o setor, e diz ainda que se sente ?distanciada da vida da classe média?.
Apesar de os e-mails potencialmente ameaçarem Hillary, que resistiu a apelos para divulgar as transcrições, o assunto ficou em segundo plano com o vazamento das declarações obscenas de Trump em 2005. Mas ainda deram munição para os republicanos, que lembraram o lucro de US$ 26 milhões dela com as palestras após deixar de ser secretária de Estado.
?Não é difícil ver por que ela batalhou tanto para manter as transcrições em segredo?, ironizou o presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus.
Podesta acusou a Rússia de ?ter feito o suposto ciberataque para influenciar a eleição?. ?Não tenho tempo de comprovar se os e-mails são reais ou falsos?, rebateu.
