Cotidiano

Henrique Machado toma posse como diretor da CVM

RIO – Henrique Machado, que tomou posse hoje como diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula o mercado de capitais no Brasil, disse que o Brasil vive um momento de retomada do crescimento.

? Vemos através de vários indicadores um momento mais saudável, com os índices de confiança aumentando, a queda do dólar e do risco. Após um longo período em que o investimento no país se deveu a uma política fiscal menos equilibrada, que causava alta da taxa de juros, e aliada com crédito subsidiado e uma política de isenção atraíram a poupança popular para títulos públicos, e tornava menos atrativo o investimento em títulos privados e mais atrativo a renda fixa ? disse ele.

Segundo ele, já há a retomada de várias linhas para buscar o equilíbrio fiscal que vão reduzir a taxa de juros, ajudando o mercado de capitais.

? A nossa retomada não vai ser tão rápida. Mas imagino um caminho ascendente. Imagino o mercado de capitais sendo mais ativo como fonte de investimento para obras de infraestrutura ? disse ele, que vai analisar processo envolvendo as empresas do Grupo X, de Eike Batista, Petrobras, entre outras.

O diretor disse ainda que o colegiado da Comissão de Valores Mobiliários deve ter um olhar mais atento aos casos de inside trading. Ele cita a campanha que o órgão vem fazendo desde junho deste ano.

? Entre as infrações mais complexas estão as práticas de inside trading porque isso reduz a confiança do mercado de capitais e não estimula a criação de uma poupança. Essa é uma preocupação de nosso mercado. Queremos, através das função sancionadora, mostrar que essas práticas são lesivas.

Seu mandato teve início em julho de 2016 e se encerra em dezembro de 2020.

Advogado, Machado foi procurador do Banco Central do Brasil (BC) e secretário do Conselho Monetário Nacional (CMN). Exerceu ainda as funções de secretário-executivo adjunto e chefe de gabinete do Ministro Presidente do Banco Central, tendo colaborado com a atuação brasileira em fóruns internacionais, como a reunião do G-20 para Ministros da Fazenda e Presidentes de Banco Centrais e as reuniões semestrais do Fundo Monetário Internacional (FMI).