Cotidiano

Haverá uma nova greve?

Rumores de uma nova paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil não são oficiais, mas não podem ser ignorados. O alerta é do representante, em Cascavel, do Sindicam-PR (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Paraná), Jeová Pereira. Ele diz que a greve do mês passado mostrou que a categoria sempre esteve unida.

Uma nova greve começou a ser difundida por algumas lideranças nacionais de caminhoneiros após o governo anunciar uma revisão na tabela de preços mínimos dos fretes apresentada no início da semana passada para pôr fim ao movimento que paralisou o Brasil.

Jeová concorda que é necessária a atualização, mas ressalta que o caminhoneiro não pode ser escravizado. “Está sendo elaborada uma nova tabela, sim, para consertar as deficiências existentes na primeira tabela que foi feita às pressas. É um direito dos técnicos da Agência Nacional de Transporte Terrestre [ANTT] em rever”, destaca.

O líder dos caminhoneiros diz ainda que a categoria quer a garantia de uma tabela mínima de fretes. Com a tabela elaborada pelo governo, o preço do transporte por tonelada da região oeste do Paraná até o porto de Paranaguá está em R$ 98. Jeová afirma que com a revisão do governo a categoria pode aceitar um valor entre R$ 75 e R$ 80. Antes da paralisação, os caminhoneiros estavam recebendo, em média, R$ 50 por tonelada transportada.

Sem extinção

O que os caminhoneiros não querem é a extinção da tabela mínima de fretes como defenderam algumas entidades do setor produtivo. Se isso ocorrer, a nova greve é praticamente inevitável. “Eu espero que não haja necessidade de uma nova paralisação agora. Lógico que no futuro vamos buscar novos benefícios, mas a gente vai discutir democraticamente. Algumas coisas precisam ser ajustadas, mas não podemos a cada pedido parar tudo”, declara Jeová.