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Handebol: Brasil enfrenta Espanha para tentar chegar, pela primeira vez, às quartas do Mundial.

A seleção brasileira masculina de handebol enfrenta a Espanha neste sábado, às 17h45 (de Brasília), em Montpellier, na França, pelas oitavas de final do Mundial. Se vencer, conseguirá algo inédito. Pela primeira vez, o país, que já é campeão mundial feminino, chegaria às quartas de final do torneio. Sportv e ESPN transmitem.

Historicamente, a vitória é improvável. Apesar de terem ficado fora da Rio-2016, os espanhóis são uma referência na modalidade: já venceu dois mundiais e tem três bronzes olímpicos. A distância entre o Brasil e as principais potenciais europeias, entretanto, tem diminuído nos últimos anos.

? A seleção já chegou quatro vezes nas oitavas do Mundial. A primeira foi isolada, em 1999. Mas as outras três foram consecutivas, justamente nos últimos três mundiais (2011, 2013 e 2015). Isso mostra que conseguimos nos manter nesse patamar mais alto. Desta vez, por exemplo, conquistamos a classificação antecipada na terceira rodada ? explicou o técnico Washington Nunes, por telefone.

Washington está tendo um dos testes mais cruéis entre as modalidades olímpicas em termos de preparação. O espaço entre o Mundial, que é o torneio mais importante depois da Olimpíada, e o megaevento carioca foi de apenas seis meses. E ele, que assumiu o comando da equipe após o Rio-2016, teve apenas um curto torneio preparatório no Brasil e outro às vésperas do Mundial para reunir os jogadores.

Isto porque, o que também é um sinal de evolução, a maioria dos jogadores da seleção atua nas principais ligas europeias. E existe no handebol o que é chamado no futebol de ?Data Fifa?: as seleções só podem se reunir em dias determinados, para não atrapalhar o calendário.

? Esse intervalo foi muito pouco. O que ficou de vantagem foi uma espécie de legado olímpico. Os jogadores ganharam confiança e autoestima após conseguirmos um sétimo lugar que teve gosto de vitória para gente no Rio ? afirmou Nunes.

O jogo deste sábado será o primeiro em quatro anos em que Jordi Ribera estará do outro lado da quadra. Técnico da seleção na Olimpíada, o espanhol, considerado um dos melhores do mundo, está estreando no comando da equipe de seu país. Entre os brasileiros, o lamento é inevitável.

? Foi uma grande perda, Jordi fazia um trabalho incrível com todo o handebol.Ele deixou um estilo de jogo e agora o Brasil é conhecido por esse estilo ? explicou o pivô Alex Pozzer, o Tchê.

Por sua vez, Jordi reconhece a evolução brasileira. E, por e-mail, elogia Tchê:

? (Alex) É um jogador difícil de marcar…

Com moral com o espanhol, Tchê lembra que ter jogado uma Olimpíada em casa foi positivo para mostrar ao próprio país que a seleção masculina está jogando em alto nível. Segundo Washington Nunes, a tecnologia é uma grande aliada neste processo:

?Antes, era difícil acompanhar as ligas europeias. A TV não passava. Hoje, com internet, vemos todos os jogos. Temos material para estudar. Com isso, houve uma evolução técnica e uma melhor preparação e formação dos treinadores.