Cotidiano

Halong Bay: cenário deslumbrante para cultura milenar

HALONG BAY – O dia mal começou e o movimento de vans e pequenos ônibus já é imenso no estacionamento que dá acesso ao porto turístico de Tuan Chau, em Halong City. De agora até o fim da tarde, mais de 300 barcos, de todos os tamanhos, terão partido em direção às ilhotas luxuriantes cercadas de água verde-esmeralda, que se concentram a cerca de dez quilômetros dali. E outros tantos terão retornado. Esse vaivém permanente, organizado com disciplina quase militar, é a rotina diária de Halong Bay, a atração natural mais procurada do Vietnã.

Ha Long significa ?dragão que desce?, em vietnamita. Uma referência às lendas sobre a luta desse povo contra as invasões chinesas, mais de dois mil anos atrás. E a baía onde esse dragão desceu é algo mágica, realmente. E cinematográfica. São cerca de três mil pequenas ilhas de rocha calcária, cobertas de vegetação exuberante, que brotam verticalmente das águas verdes e calmas da baía. É essa formação geológica única no mundo que encanta turistas desde 1986, quando a região foi aberta a estrangeiros.

Mas o que até há pouco tempo era um exotismo do turismo mundial, hoje é um fenômeno de popularidade. No primeiro semestre de 2015, Halong Bay foi visitada por 400 mil pessoas. No primeiro semestre deste ano, o número subiu para 1,1 milhão, um salto de mais de 130%, segundo dados do Departamento de Esportes e Turismo da província de Quang Ninh, onde a baía se encontra.

Passear de barco por entre as ilhas é a principal atividade, mas há muito mais o que se curtir por ali. A começar pelas próprias embarcações. Muitas delas têm o charme especial de contar com as velas quadradas e coloridas típicas do Mar da China, que também são comuns no Vietnã. Os juncos, como são chamados, navegam pelas águas tranquilas de Halong Bay há milhares de anos. Sempre foram a embarcação dos pescadores da região, e hoje são os preferidos das operadoras de turismo, que diariamente levam visitantes para passeios que podem durar um, dois ou três dias, em barcos dos mais variados tamanhos e níveis de conforto.

O passeio mais procurado é o de dois dias. É tempo suficiente para se navegar bastante pelas ilhas, nadar nas águas verdes de alguma praia escondida, passear de caiaque, visitar uma vila flutuante de pescadores e conhecer a indefectível caverna de Sung Sot, que é considerada pela Unesco uma das sete maravilhas naturais do planeta. Ali, é bom preparar-se para filas e um clima de turismo estilo ?linha de montagem?.

Mas vale muito a pena. Nos barcos, também se pode aprender a preparar um rolinho primavera, o petisco número um do norte do Vietnã, e fazer uma sessão de tai chi chuan no convés, com o dia nascendo apoteoticamente no horizonte.