Cotidiano

Haddad diz que foi mal interpretado ao falar em ?favelização? de praças públicas

haddadSÃO PAULO ? O prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou que foi mal interpretado quando disse, nesta semana, que orientou a Guarda Civil Metropolitana (GCM) a ?não deixar favelizar as praças públicas?. Ele foi acusado de querer higienizar a cidade ao mandar que se retirem os pertences de moradores de rua, como colchões, cobertores e papelões, destes locais.

Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira, quando discutiu a questão dos moradores de rua em São Paulo, o petista contou que o que ele quis dizer, de fato, foi que não se criassem pequenas cracolândias nestes lugares e que ?não foi feito higienismo nenhum, mas acolhimento pactuado com a população?. Ele aproveitou para anunciar mais medidas de emergência para os moradores de rua durante o frio.

? Me desculpem as pessoas que eventualmente tenham levado a mal o que falei ? pontuou: ? Se nós queremos que não se desenvolvam pequenas cracolândias, onde a população de rua está numa situação de dependência, inclusive da droga, impedindo o poder público de fazer o seu papel, vamos criar uma situação que ninguém deseja. A palavra foi descontextualizada.

Haddad voltou a defender que se investigue as denúncias contra a ação dos agentes da GCM, e anunciou que publicará um protocolo onde estará explicitada a conduta correta que os profissionais devem ter com essa população.

Segundo denúncia feita pelo padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral de Rua de São Paulo, cinco moradores de rua morreram nos últimos dias em consequência do frio em São Paulo. Haddad afirmou que ?não há nenhum vínculo entre a ação da GCM e os óbitos ocorridos?.

? Não houve passagem dos agentes pelos locais onde essas pessoas foram encontradas ? disse.

Acompanhado da secretária de Assistência Social Luciana Temer, o petista anunciou a montagem de quatro tendas, para atender a 250 pessoas em situação de rua em cada uma delas, na região central da cidade (Sé, Anhangabaú, Mooca e Glicério), nos próximos 15 dias. Elas terão regras mais flexíveis que os atuais albergues, com atendimento médico e permissão de entrada de animais. Segundo Temer, a escolha dessa região foi estratégica, por ela concentrar o maior número de moradores de rua.