Cotidiano

Há 22 anos nos EUA, mexicana é deportada e inspira protestos

PHOENIX, EUA ? Há 22 anos, a mexicana Guadalupe Garcia de Rayos morava nos Estados Unidos. Ela chegou ao país quando ainda era adolescente, aos 14 anos, e, desde então, passou a viver lá ilegalmente, como tantos outros imigrantes. Com marido e dois filhos nascidos em território americano, no entanto, ela agora foi deportada ao México e separada da sua família. A sua expulsão gerou protestos contra a política nacional de perseguição a imigrantes irregulares do novo presidente americano, Donald Trump, em que sete pessoas foram presas em Phoenix, no Arizona.

Nos EUA, Guadalupe usou documentos falsos para conseguir um trabalho. Em 2009, ela confessou que vivia irregularmente no país. Chegou a ser presa em 2013, mas pode permanecer no país por conta da política de leniência do então presidente, Barack Obama, com imigrantes sem documentos que chegaram ao país quando ainda eram menores de idade.

Na última quarta-feira, ela foi presa ao comparecer ao procedimento anual de verificação com autoridades migratórias. A sua detenção aconteceu poucos dias após Trump assinar uma ordem executiva para aumentar o controle de deportações. No dia seguinte, Guadalupe já cruzava a fronteira com o México em um automóvel do governo.

? Ver a minha mãe naquela vã…foi inexplicável ? disse a sua filha, Jaqueline, de 14 anos, a jornalistas. ? Foi de cortar o coração. Ninguém nunca deveria passar pela dor de ter sua mãe levada embora ou de fazer as suas malas.

A deportação de Guadalupe levou dezenas de manifestantes a se reunirem em frente aos veículos que levavam os imigrantes, na tentativa de bloquear a sua passagem. Muitos dos ativistas entoavam gritos de ?Justiça!?. Segundo a polícia, sete pessoas foram presas sem violência, enquanto a maioria dos manifestantes exerciam seu direito de protestar pacificamente.

Durante toda a sua campanha presidencial, Trump investiu em uma forte retórica anti-imigração ? sobretudo, contra os imigrantes latinos, a quem já chamou de agressores sexuais e narcotraficantes. Já em seus primeiros dias de governo, o presidente baniu a entrada de todos os refugiados no país e de cidadãos de sete países de maioria muçulmana: Irã, Iraque, Síria, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. No entanto, o decreto foi suspenso pela Justiça e, desde então, Trump trava uma batalha contra o sistema judiciário na tentativa de reestabelecer seu veto migratório.