Cotidiano

Guerrilheiros das Farc começam a ir a zonas de transição para desarme

63159711_FARC Guerillas hang out in their tent during the days prior to their movilization to the fi.jpgBOGOTÁ – Um dos temas mais complicados para dar início à implementação do acordo de paz entre governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o deslocamento dos guerrilheiros a zonas de transição para futuro desarme começou nesta sexta-feira. O processo tinha sido atrasado pela falta de estrutura para mais de 8 mil pessoas e a ausência de garantias de não detenção, alegadas pela guerrilha.

Acompanhados de delegados da ONU e do governo, centenas de guerrilheiros começaram a chegar de regiões montahosas e de selva às mais de 20 áreas delimitadas de concentração. Um deles foi na zona rural de La Paz, no Norte. FARC

? A Colômbia está fazendo um papel ridículo diante do mundo ? criticou nesta semana Iván Márquez, chefe negociador das Farc. ? É compreensível que ninguém se movimento se correr risco de ser detido.

Márquez disse que a burocracia entre o Estado e a Justiça estão dificultando o reagrupamento dos guerrilheiros em zonas de transição para deposição de armas, processo previsto para começar nesta terça-feira. Segundo Márquez, as áreas ainda não estão habilitadas para receber cerca de 8 mil insurgentes ainda na selva.

Com a chegada às zonas delimitadas (o prazo máximo é o fim deste mês), os guerrilheiros deverão depor todas as armas em até 180 dias, desmobilizando-se por completo e tendo a garantia de reintegração à vida colombiana.

O governo e a guerrilha agora esperam que a Corte Constitucional autorize a implementação sob um mecanismo agilizado para dar anistia a rebeldes não implicados em crimes de guerra ou de lesa-Humanidade. Santos recebe neste sábado o Nobel da Paz pelos esforços de pacificação.

? Os cidadãos colombianos interpretaram o prêmio como se fosse um mandato da comunidade internacional para perseverar (…) e obter um acordo de paz. Para eles, ajudou muito. Me encorajou, encorajou os nossos negociadores, mas particularmente incentivou os colombianos a buscar um novo acordo.

Em cinco décadas, o conflito armado colombiano deixou 260 mil mortos, 60 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.