Policial

Grupo do PCC preso tinha agentes na lista da morte

PF diz que ação foi feita para evitar que facção criminosa “fincasse bandeira” em Cascavel

Cascavel – Além da repressão aos crimes de posse de armas e munições e de tráfico de drogas, com o desmantelamento do domínio direto do PCC (Primeiro Comando da Capital) até em bocas de fumo, eliminando a “concorrência”, as prisões de ontem durante a operação Dictun também teve outro importante e preocupante viés. Segundo o apurado com exclusividade pelo Jornal O Paraná, a ação serviu para frear um plano audacioso da facção que age dentro e fora dos presídios e que já é observado pelos meios de segurança pública como uma célula terrorista. Pelo menos dois dos 13 presos de ontem estavam diretamente ligados aos planos para execução de um agente penitenciário federal lotado em Catanduvas. Assim que o plano foi descoberto, o agente foi tirado da região. Isso ocorreu em janeiro e ele e sua família foram levados para outro canto do País por questões de segurança e integridade, sobretudo familiar.

A informação faz parte dos documentos apreendidos ontem, que também confirmam que o bando movimentava cerca de R$ 12 mil por dia só com a venda de drogas em seis pontos.

O Jornal O Paraná denunciou no fim de março que o PCC tinha uma lista com pelo menos oito agentes lotados em Catanduvas marcados para morrer. O motivo está diretamente associado ao contato direto dos agentes com as cadeias de comando do crime organizado brasileiro detidas no Presídio de Segurança Máxima de Catanduvas. Entre os detidos ontem, pelo menos dois deles deverão seguir para presídios federais.

A base forte do PCC no Paraná não é uma novidade para as forças de segurança e ela vem crescendo desde o início da década de 1990 e início dos anos 2000.

Segunda casa

Vale lembrar que, depois de São Paulo, o Paraná é a segunda maior casa da facção que começou a crescer com a transferência de seus principais líderes presos para o complexo penal de Piraquara antes da criação dos presídios federais em 2006. O grupo estabelecido na região oeste é considerado a base da pirâmide e dá sustentação às ações da facção, como roubos, tráfico de drogas, armas e munições, além das mortes por encomenda.

Em Cascavel, a estrutura está formada com base em algumas articulações: importante entroncamento rodoviário, proximidade com o presídio de Catanduvas e porque o grupo não conseguiu criar fortes raízes em cidades como Guaíra e Foz do Iguaçu, revela o delegado da PF Marco Smith.

A operação deflagrada ontem pela Polícia Federal recebeu o nome de Dictun, que, em latim, significa “limpeza”.

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