Cotidiano

Greve prejudicou 76,9% das empresas paranaenses

Perdas chegaram a 20,43% do faturamento entre maio e junho

Curitiba – A greve dos caminhoneiros, de 21 a 31 de maio, foi bastante nociva para as vendas do varejo segundo pesquisa da Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná), que avaliou a dimensão do impacto para os lojistas e prestadores de serviço.

Das empresas participantes, 76,9% declararam que o protesto foi ruim para seus estabelecimentos. Houve empresários com percepção positiva, 9,3%, e 13,8% disseram que ainda não sabiam medir as consequências da paralisação.

A queda no número de clientes foi apontada por 36,6% das empresas como o principal problema enfrentado durante os dez dias de paralisação. Outros reflexos da greve foram problemas na logística (17,1%); aumento dos custos (14,6%); alta no preço das mercadorias (12,2%) e picos de demanda (4,1%). Além disso, 15,4% dos empresários mencionaram outras complicações, tais como, a dificuldade de deslocamento dos colaboradores, inadimplência e alguns citaram que foram afetados pelo somatório de todas as consequências negativas da greve que constavam na pesquisa.

Para agravar a situação das empresas, a mais recente divulgação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) trouxe a prévia da inflação, que teve alta de 1,11% (IPCA 15), influenciada pelos setores de bebidas e alimentação (1,57%) e transportes (1,95%). Fatos sazonais como esses podem motivar que o Banco Central volte a elevar taxas de juros, o que pode comprometer a manutenção do desempenho econômico.

O percentual do prejuízo deixado pela paralisação chegou a mais de 30% no faturamento entre maio e junho para 22,3% das empresas consultadas pela Fecomércio. Em média, os prejuízos no período da greve foram de 20,43% do faturamento.

Pessimismo volta a rondar indústria, revela pesquisa da Fiep

Curitiba – O empresário do setor industrial paranaense está pessimista em relação ao futuro. Depois de 12 meses na área do otimismo, a expectativa em relação ao futuro caiu e o sentimento é de pessimismo em relação aos próximos seis meses. É o que revela a pesquisa Icit-PR (Índice de Confiança da Indústria da Transformação do Paraná), conduzida pela Fiep (Federação das Indústrias do Paraná).

O Icit-PR caiu 6,7 pontos no mês de junho em comparação a maio. É a quarta queda consecutiva. O índice que vinha se mantendo nos últimos 12 meses acima de 50 pontos, o que revela otimismo, caiu agora para 47,9, o que demonstra o pessimismo do industrial.

“Como as reformas macroeconômicas não foram efetivadas, o empresário voltou a desacreditar no futuro”, disse Roberto Zurcher, economista da Fiep.

Segundo ele, o sentimento foi agravado com a recente greve dos caminhoneiros, que provocou impacto negativo em praticamente todos os setores da economia. Além disso, de acordo com o economista da Fiep, a proximidade das eleições e a indefinição em relação ao rumo que o país terá nos próximos anos agrava este quadro de incerteza e insegurança em relação ao futuro.A queda do indicador representa um retrocesso porque ao longo dos últimos 12 meses o índice apontava otimismo. “Havia uma expectativa positiva por conta de toda a movimentação e discussão em torno das reformas, por isso o indicador vinha se mantendo alto”, comenta Zurcher.

Mas a constatação de que a situação no País pouco mudou trouxe de volta o pessimismo.

Segundo ele, os números apontam para um segundo semestre muito tenso, com incerteza em relação a novas contratações e a aumentos de compra de insumos e matéria-prima, o que projeta apenas para uma tendência de inércia na produção. “Neste cenário nebuloso indicado pelos industriais e que estamos vivendo o empresário não se sente seguro para investir”, comenta.

Cesta básica terá alta de 12% com tabela de frete

Os alimentos que compõem a cesta básica terão alta de 12,1% por causa da tabela com preços mínimos de frete rodoviário, diz estudo divulgado nessa quinta-feira pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), durante a reunião no STF (Supremo Tribunal Federal), que busca um acordo entre caminhoneiros e empresas sobre o tema.

O cálculo diz respeito a alimentos como arroz, carnes, feijão, leite, ovos, tubérculos, frutas e legumes, que respondem por 90,4% da cesta. Com isso, a cesta básica passará a consumir 50% de um salário mínimo a partir de julho, ante 46,2% até maio.

"O tabelamento fará com que as famílias brasileiras percam seu poder de compra", afirma a CNA. "Isso porque em 2018 o governo federal elevou o salário mínimo para R$ 954, um acréscimo de R$ 7, enquanto o tabelamento do frete deverá aumentar o custo da cesta de alimentos em R$ 53,40, valor três vezes maior”.