Cotidiano

Greve dos servidores públicos federais do Estado chega a 108 dias

No Oeste, os campi da UTFPR de Medianeira e Toledo estão em greve

Medianeira – A greve dos servidores públicos federais completa 108 dias e não há indícios de que os técnicos das universidades e institutos retomem as atividades. Na região Oeste, centenas de funcionários aderiram à paralisação que começou em 29 de maio, interrompendo serviços administrativos, de limpeza, manutenção de laboratórios, biblioteca, entre outros.

Conforme a diretora estadual do Sinditest (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público) e dirigente sindical da UTFPR em Medianeira, Marisa Ribas Arruda, a prorrogação do pagamento de reajuste salarial aos funcionários para agosto de 2016, divulgada na segunda-feira pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, dificulta ainda mais as negociações.

“O que foi combinado, em reuniões anteriores, era de que o governo federal pagasse 5,5% do reajuste em janeiro do ano que vem. Mas essa protelação pode acarretar em uma greve geral dos servidores públicos no País”, relata Marisa.

A proposta inicial da categoria era de reajuste salarial de 27,3%. A rejeição da contraproposta da União de pagamento de 21,3%, parcelado em quatro anos, prolongou ainda mais o estado de greve.

Há cerca de um mês, a última proposta dos servidores foi encaminhada ao governo federal, reivindicando 19,3% de aumento real, em dois pagamentos – 9,5% em 2016 e 5,5% para 2017 -, com correção conforme a inflação do período. Até o momento, a União não respondeu.

No Oeste, os campi da UTFPR de Medianeira e Toledo estão em greve, além de outros dez espalhados pelo Estado. Técnicos da extensão da UFPR de Palotina também aderiram, além dos câmpus da Unila, em Foz, e do IFPR. Parte dos servidores do INSS, Receita Federal, Ministério Público e Justiça Federal também está em greve. 

Sem comida nos refeitórios

Segundo Marisa, uma das principais lutas dos servidores federais que atuam nas instituições públicas de ensino superior é evitar que novos cortes ocorram na educação.

“Houve situações em que universidades perderam 50% de seu orçamento. É quase impossível manter a mesma qualidade dos serviços aos acadêmicos com metade dos recursos que antes estavam disponíveis”.

A redução das verbas federais não só provoca um rombo no caixa das instituições, como atinge em cheio os alunos. Conforme Marisa, um dos graves problemas é a falta de alimentos aos RUs (Restaurantes Universitários).

(Com informações de Marina Kessler)