Cotidiano

Greve dos bancos chega ao 21º dia e alcança recorde do ano passado

2015100612640.jpg RIO – A greve dos bancários chega ao seu 21º dia nesta segunda, e alcança a duração da paralisação mais longa da categoria, a do ano passado. A última rodada de negociação aconteceu no dia 15 e não chegou a nenhum acordo. Desde então, os bancos não se manifestaram para uma nova rodada. Sem a manifestação dos bancos, o Comando Nacional dos Bancários enviou, na tarde de sexta, um oficio à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) solicitando a retomada das conversas.

No texto do ofício, o Comando reforça que, como os dirigentes sindicais estarão reunidos na próxima segunda-feira (26), em São Paulo, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), eles estão à disposição para a retomada dos temas tratados na mesa de negociação. Os bancos estão oferecendo 7% de reajuste salarial mais um abono de R$ 3,3 mil, enquanto os bancários reivindicam recomposição da inflação medida pelo INPC, de 9,62%, mais aumento real de 5%, o que significa 14,78% de reajuste.

No último balanço, em todo o Brasil, 13.385 agências e 40 centros administrativos estavam com as atividades paralisadas. O número representa 57% das agências do país. No Rio, 407 agências e seis prédios administrativos estão fechados. Os grevistas alegam que, apesar da crise, o setor bancário continuar lucrando e não teria porque dar um aumento menor do que a inflação.

?O setor financeiro é um dos poucos que continua lucrando, apesar da crise. Apenas as tarifas bancárias cobradas dos cidadãos e empresas são suficientes para arcar com toda a folha de pagamento dos bancos. Eles continuam pressionando pelo cumprimento de metas ao mesmo tempo em que reduzem os postos de trabalho?, afirmou em nota Adriana Nalesso, presidente do Sindicato dos Bancários Rio.

Além do reajuste, os bancários reivindicam também participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 8.297,61; piso salarial de R$ 3.940,24; vales-alimentação, refeição, décima-terceira cesta e auxílio-creche/babá no valor do salário mínimo nacional (R$ 880); 14º salário; fim das metas abusivas e assédio moral; fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e à precarização das condições de trabalho; mais segurança nas agências bancárias e auxílio-educação.

Apesar de os bancos oferecerem atendimento eletrônico para quase todos os tipo de transações, algumas operações acabam sendo prejudicadas no período de greve, especialmente nas instituições públicas. Quem não tem conta na Caixa, por exemplo, tem mais dificuldade para receber benefícios como FGTS e seguro-desemprego. Os serviços de financiamentos oferecidos pelas instituições bancárias também estão sendo afetados. Sem negociações marcadas, não há previsão para o fim da paralisação.