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Grêmio perde mando de campo na final da Copa do Brasil por invasão de filha de Renato Gaúcho

carolportaluppi1.jpgO Grêmio foi punido na tarde desta quarta-feira com a perda de mando de campo na final da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG. O clube ainda terá que pagar multa de R$ 30 mil. O motivo: invasão de campo de Carol Portaluppi, filha do técnico Renato Gaúcho, após o empate em 0 a 0 com o Cruzeiro, na Arena Grêmio, em Porto Alegre, em 30 de outubro, na semifinal da competição. Cabe recurso à decisão dos auditores da Terceira Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

O Grêmio foi enquadrado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por “deixar de prevenir e reprimir invasão de campo ou local da disputa do evento”.

Pela primeira vez no direito desportivo estamos analisando um caso de amor e afeto entre pai e filha que se abraçam ao término de um resultado positivo

– O dispositivo (o artigo da lei) é muito claro para casos que podem macular ou trazer prejuízo ao espetáculo. Não se amolda para o caso de uma bela moça que entra em campo ao final da partida – argumentou o advogado do Grêmio, Gabriel Vieira. – Pela primeira vez no direito desportivo estamos analisando um caso de amor e afeto entre pai e filha que se abraçam ao término de um resultado positivo. Um gesto desse entendemos que não há essa tipicidade no artigo 213. Em razão disso, a defesa pede a absolvição do Grêmio – complementou.

O primeiro jogo da final será no dia 23 de novembro, no Estádio Independência, em Belo Horizonte, com mando de campo do Atlético-MG. A partida decisiva, da volta, estava marcada para a Arena do Grêmio, em Porto Alegre, uma semana depois, no dia 30. Se o clube gaúcho não conseguir reverter a decisão da Justiça, terá que mandar longe de Porto Alegre o último jogo da Copa do Brasil.

ENTENDA O CASO

carolportaluppi.jpgA entrada de Carol Portaluppi no gramado foi registrada na súmula da partida pelo árbitro Thiago Duarte Peixoto. Segundo a procuradoria do STJD, que fez a denúncia ao tribunal, a atitude da filha de Renato se enquadra no artigo 213, inciso II do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): “deixar de prevenir e reprimir invasão de campo ou local da disputa do evento”.

Veja o que relatou o árbitro na súmula:

?Informo que ao final da partida, constatei a presença da Sra Carol Portaluppi dentro do campo de jogo. Cabe salientar, que após o término do jogo, fui informado pelo inspetor da partida, Sr Nilson de Souza Monção e pelo quarto árbitro, Sr Francisco Silva Neto que a referida adentrou as imediações do campo de jogo a poucos segundos do término da partida, chamada pelo seu pai, Sr Renato Portaluppi, técnico da equipe do Grêmio, sentando no banco de reservas. Não havendo tempo hábil para retirá-la pois a partida se encerrou, a mesma adentrou o campo de jogo?.

Carol sempre se disse um amuleto do treinador gremista e acabou sendo uma das protagonistas da comemoração do Grêmio pela vaga na final. No gramado, ela recebeu carinho e beijos jogados no ar de torcedores gremistas.

Ao sair do gramado de mãos dadas com o pai, o acompanhou até a sala onde Renato deu entrevista coletiva. E acompanhou toda a entrevista de Renato Gaúcho.

– O mais importante de tudo foi que o Grêmio conseguiu o objetivo de chegar à final. Sabíamos que íamos encontrar um adversário muito difícil. Hoje o Mano (Menezes) armou o Cruzeiro muito bem. Só que o Grêmio jogou 180 minutos, e o Cruzeiro, só 90. Pagou por isso. Temos que agradecer às mais de 50 mil pessoas que vieram à Arena, apoiaram muito. Essa classificação eu dedico à nossa torcida ? disse o técnico, na ocasião.