Cotidiano

Grécia diz a credores que não pode adotar algumas medidas extra

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ATENAS – A Grécia disse a seus credores europeus e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que não pode implementar algumas das mudanças extra pretendidas em troca da liberação de mais crédito do plano de resgate do país, disseram à Reuters três fontes próximas das conversas nesta segunda-feira. Esse descompasso pode adiar ainda mais o desembolso dos fundos de resgate tão necessários para que Atenas pague os empréstimos do FMI que vencem em junho, além de títulos do BCE que devem ser honrados em julho, e as crescentes dívidas do Estado.

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Na última semana, após meses de negociações, o governo grego e as entidades credoras concluíram uma revisão importante do resgate, abrindo caminho para um alívio da dívida que o país buscava. Os credores também deram sinal verde ao desembolso de ? 10,3 bilhões em parcelas, sob a condição de que a Grécia crie emendas em algumas leis recentes sobre pensões, privatizações e a venda de empréstimos inadimplentes.

Segundo as fontes, o ministro das Finanças da Grécia, Euclid Tsakalotos afirmou em carta aos credores que algumas das exigências não podem ser cumpridas. A autoridade não comentou a informação e não esclareceu se o financiamento de ajuda está em risco.

?Não podemos fazer qualquer mudança substancial. Mas nós procederemos com as emendas técnicas debatidas. Algumas estão na direção certa?, afirmou uma autoridade do governo à Reuters.

?GRANDE INJUSTIÇA?

O jornal grego ?Ta Nea? afirmou que a carta foi enviada Pierre Moscovici, comissário da União Europeia, Benoit Coeure, do Banco Central Europeu, e Poul Thomsen, do FMI.

Em Bruxelas, uma autoridade europeia afirmou que os dois lados ainda estavam ?trabalhando para finalizar as medidas? exigidas.

O jornal disse que áreas em desacordo comum também incluem a privatização da operadora da rede de energia ADMIE e o congelamento do salário mínimo de serviços essenciais, como polícia e guarda costeira.

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou que uma paralisação do piso ?teria sido uma grande injustiça para homens e mulheres no Exército, polícia e guarda costeira que trabalham 24/7 ajudando um país que enfrenta dificuldade com uma crise migratória sem precedentes para se recuperar.

Para cumprir o acordo e receber os fundos de resgate, a Grécia já aprovou reformas pencionárias, elevação de impostos, a crição de um fundo de privatização e um mecanismo de contingência pelo corte de custos a ser ativado caso o país não alcance as metas fiscais.