Cotidiano

Grécia atribui atraso de solução da dívida a desacordo entre UE e FMI

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ATENAS – O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras atribuiu neste domingo o atraso na solução do problema fiscal do país ao desacordo entre a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o premier, o dilema em torno de como tornar a dívida da Grécia sustentável está prejudicando as tentativas de recuperação econômica.

Descrevendo a pilha de dívida, equivalente a mais de 170% do PIB, Tsipras afirmou que os investidores continuariam temerosos pelo país enquanto os dois lados não encontrassem um consenso.

? Estamos mais próximos do que nunca de encontrar uma solução para essa crise. Mas o que atrasa o esforço para recuperar a confiança dos mercados é o desacordo contínuo entre as instituições europeis e o FMI ? afirmou Tsipras em uma coletiva de imprensa na Feira Comercial Internacional de Tessalônica.

O governo esquerdista está implementando as reformas exigidas pelos credores para desbloquear ? 2,8 bilhões em uma nova parcela de resgate financeiro à economia grega. A Grécia espera sobretudo poder começar antes que acabe o ano as negociações para aliviar parte da dívida.

No entanto, o FMI e a UE, credores da Grécia, não estão sobre até que ponto as reformas empreendidas podem melhorar as finanças do país.

O órgão internacional com sede em Washington, integrante-chave nos três pacotes de resgate que a Grécia já obteve até agora, se nega a fornecer mais dinheiro até que os europeus apresentem um plano concreto para reduzir de maneira substancial a dívida do país.

? O FMI impôs como data-limite o final deste ano. Um país que teve que passar por ajustes tão duros não pode esperar mais. O povo tem direito a uma solução justa com relação à dívida ? afirmou Tsipras.

Jeroen Dissjelbloem, presidente do Eurogrupo ? conselho de ministros das Finanças da zona do euro ? já alertou a Atenas na sexta-feira que tem que aplicar rapidamente as reformas acordadas com Bruxelas para evitar o fracasso da ajuda financeira.

O governo grego se comprometeu a implementar as reformas este mês, entre elas, vários planos de privatização ou a polêmica reforma do setor energético.

Segundo o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, a Grécia só executou duas das 15 reformas acordadas.

No sábado, quase 15 mil pessoas participaram de uma manifestação em Salonica para protestar contra os cortes do governo em benefícios sociais.