Cotidiano

Gramado da rodoviária vira acampamento para indígenas e andarilhos

Número de barracos improvisados subiu de três para nove no fim de semana

Cascavel – Quem passa ou mora nas proximidades do Terminal Rodoviário Dra. Helenise Pereira Tolentino, em Cascavel, notou o aumento de barracos improvisados: de três para nove no fim de semana.

Para o frentista Valdir Pissato, falta fiscalização. Como trabalha ao lado do gramado, ele presencia as movimentações.

“É um verdadeiro descaso na Rodoviária de Cascavel. Além de um monte de pessoas desocupadas, muitos indígenas acamparam aqui. É muita sujeira e não tem apenas índios, há moradores de rua que se aproveitam da situação também”, revela.

Segundo comerciantes do entorno, alguns andarilhos estariam se aproximando dos indígenas para esconder drogas e bebidas alcoólicas nas barracas.

“Os indígenas trazem crianças e contam que vêm a Cascavel para vender artesanato, mas acabam se utilizando disso como desculpa, pois andam o dia todo e usam as crianças para pedir esmolas. Lotam o gramado de sujeira e fazem bagunça”, comenta.

As roupas que recebem de doações são jogadas próximas às barracas, o que aumenta a quantidade de lixo. Os comerciantes também reclamam do mau cheiro, uso desenfreado de álcool e drogas ilícitas, sobretudo por parte dos moradores de rua.

“Quem chega a Cascavel logo se depara com uma cena destas. Deveria haver mais fiscalização por parte do Município ou um local correto para que os indígenas pudessem ficar”, afirma o frentista Valdecir Pissato.

A equipe de reportagem tentou contato com a Secretaria de Assistência Social, mas devido ao recesso não houve retorno.

Casa de Passagem

Em 2013, uma audiência pública discutiu a criação da Casa de Passagem, mas até o momento o projeto não saiu do papel. No mês passado a secretária de Assistência Social, Inês de Paula, afirmou não ter recursos para a edificação do espaço.

A secretária disse ainda que o serviço do Centro Pop faz abordagens e atendimentos aos indígenas oferecendo melhores condições de segurança, higiene e alimentação, mas os mesmos costumam recusar.

(Com informações de Eliane Alexandrino)